sexta-feira, 31 de agosto de 2007

E aí vem setembro! Adivinhe com que cara que eu vou!

E pra agosto, como é que eu faço??

É o mês, só pode ser!

Era segunda-feira, dia 27 de agosto, quando escrevi isto:

Os limites da liberdade
E amanheceu.
E anoiteceu.
E dormi.
Acordei.
E a paz que se abriga no meu coração invade o meu corpo. Sensação de liberdade, estranhamente contrastante com as amarras que me prendem ao dia a dia envolto em muito trabalho e pouco lazer. Uma liberdade intensa e extensa, posto que apenas interior. Mas, sem limites, como é próprio da liberdade, tenta avançar e me fazer plena. Periga levar-me ao surto de soltar-me de tudo; impulso de sair por aí. A paz da liberdade contida que leva ao gozo da ousadia. Ousar… Audácia. Coragem de viver o dia como se não houvesse amanhã. Porque talvez o amanhã até exista, para os outros. Quem nos garante que haverá, para nós mesmos? Quem nos garante que estaremos vivos no futuro? A hora é esta. Cada um que acredite. Ou que morra, na sua hora, sem ter vivido.

27 de agosto. Uma vontade de libertar a liberdade que corre aqui dentro. De me soltar das amarras. De botar o pé na estrada. Viver. Medo de, na beira da morte, lamentar ter trabalhado tanto.
O calendário agora marca sexta-feira, 31 de agosto. Talvez seja o mês... É. Talvez seja. Que me desculpem os aniversariantes de agosto, mas eu sou daquelas que falam "agosto, mês do desgosto".
Foi num agosto que minha vó Biu morreu. Em agosto perdi meu primo num acidente de carro, atropelado. Em agosto sinto desgosto. Um mês que geralmente é cinza. Quase não tem sol, quase não tem chuva. Nada é intenso, em agosto, a não ser as dores. Agosto é o "quase". Julho é inverno. Frio. Dezembro é verão. Sol. Agosto não é nada. Nem é sol nem é chuva. Os dias são nublados, em agosto. Quando há sol, não dura. Quando chove, a chuva é estranha. Sei lá... Implicância minha, talvez. Mas talvez seja o mês.

Mas amanhã é setembro. Bendito setembro, de cor e calor, de azul, amarelo, vermelho, lilás! Setembro das flores. De amores. A primavera se achega. Meu jardim se enche de flores a colorir minha casa. Na varanda já bate um sol mais quentinho. O vento que venta não corta. É brisa.

Eu queria iniciar setembro no meio de uma viagem. Fiz planos, me organizei. Sonhei. De repente, o vidro do carro quebra, de repente chegam processos e mais processos para julgamento exigindo que eu trabalhe mais um final de semana, de repente gasto mais de 80 reais em remédios, de repente alguém se aborrece comigo porque eu me atrasei, quando eu estava numa consulta médica com alguém que precisava da minha companhia, de repente não consigo decidir entre os vários modelos de um presente que eu quero dar (e eu acreditava que em São Paulo eu acharia - Sampa, o destino da viagem que não aconteceu... Clarice... família...), de repente, no meio do dia, eu chorando.

Vai embora, agosto. Leva contigo o desgosto!

Eu te recebo, setembro, de coração aberto. E só te peço o favor de me fazeres um pouco feliz.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Explicação


É que eu não gosto de tomar remédio.
Não gosto de ver alguém doente.
Não gosto quando alguma coisa,
no meio do trânsito,
bate no vidro do meu carro e o quebra.
Não gosto de não zerar minha mesa
ao final de um dia de trabalho.
Não gosto de emendar semana com final-de-semana
sem notar a diferença entre os dias.
Não gosto de chegar atrasada no trabalho.
Não gosto de não ter tempo de almoçar.
Não gosto de voltar atrás nos planos.
Não gosto de chorar no meio do dia.
Não gosto de insensibilidade.
Não gosto de incompreensão.
Não gosto de egoísmo.
Não gosto de desmarcar viagem.
Não gosto de não poder fazer o que eu quero.
Eu gosto das coisas simples.

Alguém me entende??

Dormi e acordei

Amanheceu.
Nublado.
Cinzento.
Todas a cores no céu.
Céu branco total. Mas não acho "radiante"... OMOpai!!!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

...


Inquietude
Ansiedade
Impaciência
Agastamento

Que amanheça!

Top 5

As cinco melhores invenções:

1. livros
2. skype
3. confete
4. sandália de salto
5.
palavras cruzadas

em tempo: cirurgia de miopia a laser, internet, edredon, pen drive, fotografia...

Mumumu me chamou. E pra aumentar a roda eu chamo quem quiser brincar também.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Artur da Távola

"Tem a rapidez do raio e infinitas versões. De todos é o que mais me comove: o olhar que pede aprovação."

Terça de cão!

São sempre assim, as terças-feiras da minha vida. Verdadeiras segundas-feiras. Começam com o castigo de ter de acordar antes do sol. E a desventura só começa a acabar quando o sol já se pôs há um tempão. Na verdade, às terças-feiras eu não vejo o sol, o que me dá angústia, porque a minha energia é solar, você sabe. "Eu sou absolutamente solar", como disse o Ney Matogrosso - eu descobri essa frase lapidar numa transcrição que fiz (pro site) de uma entrevista dele, e desde então a adotei. E aí, que se eu não vejo o sol minha bateria descarrega. E considerando-se que a minha outra fonte de energia é o sono até as dez da manhã... vê-se que às terças-feiras meu verbo é lerdear. Mas eu não posso lerdear justo às terças, quando acontece a maior concentração de processos por metro quadrado no meu ambiente de trabalho. Então, a única saída é torcer pra alguma surpresa boa acontecer, assim, no meio do nada, tipo alguém levar um potinho de mamão com açúcar, no meio da tarde.
Captou a mensagem?

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Grey's Anatomy

E aí, que a bonitinha da Abigail Breslin está no episódio de Grey's Anatomy de hoje.
Queridinha, queridinha!!

Mamão com açúcar

Sabe a expressão?
Pois é. Não é isso.
É vontade, mesmo.
Já faz umas duas semanas.
Vontade de comer mamão com açúcar. Não é mamão papaya. É aquele mamão de antigamente, grande, que a mãe cortava em quadradinhos e punha um pouco de açúcar por cima. Sabe qual é? Pois é... Vontade...
Tem aí?



O mar

Diego não conhecia o mar. O Pai, Santiago Kovadiloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!

Eduardo Galeano
O Livro dos Abraços
Texto: A Função da Arte/I


Sonhei...

"Sonhei que andei, andei, andei, andei que cansei, cansei, cansei, cansei que parei, parei, parei, parei que sentei, sentei, sentei, sentei que deitei, deitei, deitei, deitei que dormi, dormi, dormi, dormi que sonhei, sonhei, sonhei, sonhei que andei, andei, andei, andei que cansei, cansei, cansei, cansei que parei, parei, parei, parei que sentei, sentei, sentei, sentei que deitei, deitei, deitei, deitei que dormi, dormi, dormi, dormi que sonhei, sonhei, sonhei, sonhei que andei, andei, andei, andei que cansei, cansei, cansei, cansei que parei, parei, parei, parei que sentei, sentei, sentei, sentei que deitei, deitei, deitei, deitei que dormi, dormi, dormi, dormi que sonhei, sonhei, sonhei, sonhei que..."

Fazer o quê?
Acordei com essa música na cabeça!

domingo, 26 de agosto de 2007

A história de uma bola

Mais um domingo. Vascaínos na contagem regressiva. Rubro-negros vendo a coisa preta.



Primeiro tempo. O Goiás engole a primeira. 41 minutos e quase o Mengão mete mais uma na rede. Começa a clarear...



Segundo tempo, 15 minutos e o placar já aponta 3 x 0 pro MengoTengo. E que golaço, o do Juan!!! A alegria toma conta da arquibancada do Maraca, e das janelas das casas já sai o grito de "Éeeeeeeee, Meeeengoooooo!!!" Tudo vai ficando mais claro. A noite escura dá lugar ao brilho. O "Beijoqueiro" entra em campo e tasca um beijo no Obina. É a alegria, a festa, o folclore, a irreverência. 52 mil rubro-negros brilhando com o Flamengo, no Maracanã. E enquanto isso o Vasco segue descontrolado em campo, na Ilha do Retiro, enquanto encara o Sport Recife.



Enfim, final de jogo. 3 x 1. Adeus zona de rebaixamento!! Flamengo até morrer. Final feliz para a bola do jogo.

Bart e Sasha

** Os Simpsons. Podia ser mais legal. A única besteira que o Bart faz, no filme inteiro, é o passeio de skate. E não vi a referência ao Brasil. Disseram ter sido cortada no dublado. Mas no legendado também não se disse nada... Eu queria ver a reação do público. Curtir a polêmica. Frustrante. E não entendi por que a censura para menores de 12 anos. Pela cena de "nudismo"???

** Muito giro (como diriam meus amigos d'além mar) é o final do filme. Final, final mesmo. E todo o caminho até o final-final. Tenho o hábito de só sair da sala de exibição depois que o filme acaba. E pra mim o filme acaba depois que TODOS OS CRÉDITOS foram exibidos. Eu fico lá, lendo aquelas letrinhas, descobrindo coisas, matando algumas curiosidades. As pessoas me olham estranho. Todo mundo vai embora e acha que eu quero ficar pra próxima sessão. O pessoal da limpeza vai chegando, e eu lá, impávida, absorta.
Pois já vou avisando a quem não ficou até a última letrinha dos créditos no filme dos Simpsons: perdeu!

** Ou a Xuxa tem mesmo sido muito discreta em relação a sua filha, nesses últimos anos, ou eu, definitivamente, não tenho o menor interesse na vida dos outros, não acompanho nada dessas "celebridades". O certo é que eu nunca iria imaginar que essa garotinha é a filha da Xuxa. A não ser pelo nariz. Que é igual ao da mamãezinha, antes da cirurgia. hohohoho!!! E os cabelinhos, hein?? Teria sido "halloween", o tema da festa? (desculpem o veneninho, mas alguém precisa avisar ao mundo que não é preciso, obrigatoriamente, ter cabelos lisinhos para ser feliz!)

Ego

** Duas coisas bacanas, na festa da menina: não tinha bebida alcoólica. Festa de criança é festa de criança. Muito bem! Aí, o Roger, do futebol, sai no meio da festa, pra beber cerveja no bar do outro lado da rua. Depois, quando perguntam, diz-se por aí que se bebe "socialmente". "Anti-socialmente", as pessoas querem dizer, né? Coisa mais feia! Coisa de viciado. Não conseguir ficar uma noite, uma festa, sem beber??
A outra coisa bacana: na saída, os convidados ganhavam u'a mudinha de árvore, para plantar. Tinha até ipê e aroeira. Olha que coisa mais legal!!!


Agora eu vou cuidar da minha vida.
Volto mais tarde.
Bom domingo!

sábado, 25 de agosto de 2007

Feliz Sábado!!

Você vai ler um poema triste, de uma infância triste, de alguém que desafiou todas as previsões, contrariou todos os prognósticos, ultrapassou os preconceitos e ignorou as maldições, sem talvez nunca ter se dado conta disso. "Melhor fora não ter nascido", se disse. Mas nasceu. E viveu. Escreveu. Encantou. E delicadamente nos ofertou sua prosa e suas poesias, para mostrar - quem sabe, sem saber! - que não importa o tamanho da dificuldade, é preciso vencer; um dia a amargura, a feiúra, a dor, tudo passa... E assim, sobrevivendo a tudo, exsurge a vitória, desponta o triunfo de quem lutou sem se dar conta, se fez grande se achando menor, e que alterou o curso das coisas achando que se acomodou. Alguém que transformou "a mediocridade do seu destino" em uma lição de amor e perdão.
"Impossível viver sem perdoar, impossível morrer sem amor..." (E.V.)

Pense nisto e tenha um FELIZ SÁBADO, não importa a calamidade que esteja atingido você!


Pintura de Ary Salles

Minha infância (Freudiana)

Éramos quatro as filhas de minha mãe.
Entre elas ocupei sempre o pior lugar.
Duas me precederam - eram lindas, mimadas.
Devia ser a última, no entanto,
veio outra que ficou sendo a caçula.

Quando nasci, meu velho Pai agonizava,
logo após morria.
Cresci filha sem pai,
secundária na turma das irmãs.

Eu era triste, nervosa e feia.
Amarela, de rosto empalamado.
De pernas moles, caindo à toa.
Os que assim me viam - diziam:
"- Essa menina é o retrato vivo
do velho pai doente."
Tinha medo das estórias
que ouvia, então, contar:
assombração, lobisomem, mula-sem-cabeça.
Almas penadas do outro mundo e do capeta.
Tinha as pernas moles
e os joelhos sempre machucados,
feridos, esfolados.
De tanto que caía.
Caía à toa.

Caía nos degraus.
Caía no lajedo do terreiro.
Chorava, importunava.
De dentro a casa comandava:
"- Levanta, moleirona."

Minhas pernas moles desajudavam.
Gritava, gemia.
De dentro a casa respondia:
"- Levanta, pandorga."

Caía à toa...
nos degraus da escada,
no lajeado do terreiro.
Chorava. Chamava. Reclamava.
De dentro a casa se impacientava:
"- Levanta, perna-mole..."

E a moleirona, pandorga, perna-mole
se levantava com seu próprio esforço.

Meus brinquedos...
Coquilhos de palmeira.
Bonecas de pano.
Caquinhos de louça.
Cavalinhos de forquilha.
Viagens infindáveis...
Meu mundo imaginário
mesclado à realidade.

E a casa me cortava: "- menina inzoneira!"
Companhia indesejável - sempre pronta
a sair com minhas irmãs,
era de ver as arrelias
e as tramas que faziam
para saírem juntas
e me deixarem sozinha,
sempre em casa.

A rua... a rua!...
(Atração lúdica, anseio vivo da criança,
mundo sugestivo de maravilhosas descobertas)
- proibida às meninas do meu tempo.
Rígidos preconceitos familiares,
normas abusivas de educação
- emparedavam.

A rua. A ponte. Gente que passava,
o rio mesmo, correndo debaixo da janela,
eu via por um vidro quebrado, da vidraça
empanada.

Na quietude sepulcral da casa,
era proibida, incomodava, a fala alta,
a risada franca, o grito espontâneo,
a turbulência ativa das crianças.

Contenção... motivação... Comportamento estreito,
limitando, estreitando exuberâncias,
pisando sensibilidades.
A gesta dentro de mim...
Um mundo heróico, sublimado,
superposto, insuspeitado,
misturado à realidade.

E a casa alheada, sem pressentir a gestação,
acrimoniosa repisava:
"- Menina inzoneira!"
O sinapismo do ablativo
queimava.

Intimidada, diminuída. Incompreendida.
Atitudes impostas, falsas, contrafeitas.
Repreensões ferinas, humilhantes.
E o medo de falar...
E a certeza de estar sempre errando...
Aprender a ficar calada.
Menina abobada, ouvindo sem responder.

Daí, no fim da minha vida,
esta cinza que me cobre...
Este desejo obscuro, amargo, anárquico
de me esconder,
mudar o ser, não ser,
sumir, desaparecer,
e reaparecer
numa anônima criatura
sem compromisso de classe, de família.

Eu era triste, nervosa e feia.
Chorona.
Amarela de rosto empalamado,
de pernas moles, caindo à toa.
Um velho tio que assim me via
- dizia:
"- Esta filha de minha sobrinha é idiota.
Melhor fora não ter nascido!"

Melhor fora não ter nascido...
Feia, medrosa e triste.
Criada à moda antiga,
- ralhos e castigos.
Espezinhada, domada.
Que trabalho imenso dei à casa
para me torcer, retorcer,
medir e desmedir.
E me fazer tão outra,
diferente,
do que eu deveria ser.
Triste, nervosa e feia.
Amarela de rosto empapuçado.
De pernas moles, caindo à toa.
Retrato vivo de um velho doente.
Indesejável entre as irmãs.

Sem carinho de mãe.
Sem proteção de pai...
- melhor fora não ter nascido.

E nunca realizei nada na vida.
Sempre a inferioridade me tolheu.
E foi assim, sem luta, que me acomodei
na mediocridade de meu destino.
Cora Coralina
in "Poemas dos becos de Goiás e estórias mais"

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Programação do CINEMAISON dia 27/8

"Com a presença do professor Ivo Pitanguy e da equipe do filme.
NOVELA NA SANTA CASA,
A PROMESSA DA FELICIDADE

De Cathie Levy. França/Brasil – Documentário –2007 –130 min

Stendhal escreveu: 'A beleza é a promessa da felicidade'. A frase resume bem o filme de Cathie Levy 'Novela na Santa Casa', um filme sobre sonhos, esperanças dessas mulheres que vão à Enfermeria 38, onde funciona o Serviço de Cirurgia Plástica do Professor Ivo Pitanguy na Santa Casa de Misericórdia: um lugar único no mundo. Lá, a cirurgia estética é acessível a todas as classes sociais e o trabalho é voluntário. A cineasta francesa filmou durante 5 meses, acompanhando o processo, a viagem rumo à cirurgia de 7 personagens. Tudo começa na fila, onde as mulheres esperam pela consulta inicial desde a madrugada. 'Cada uma vai realizar o seu sonho', diz Valéria. 'Se Deus e Pitanguy quiserem', responde sua filha Fernanda. Será? A promessa da felicidade será mantida?
Após o filme haverá um debate."



Taí uma dica para depois do fim-de-semana.
O Cinemaison fica na Av. Presidente Antônio Carlos. A programação completa você confere AQUI.

Ainda sobre o sesquicentenário

Muito bem!
Teve gente que acertou de cara, pessoal que cantou musiquinha, que foi ao Google... O que importa é que o post de ontem foi inspirado em Leo Buscaglia, aquele que me ensinou a aprender alguma coisa nova todo dia. Nem que seja sobre a população do Nepal, ou que no sesquicentenário não se comemoram 600 anos.

E como ninguém explicou a resposta, aqui vai ela:
"sesqui" é um radical latino que significa "um e meio".

Pronto! Taí a coisa nova que você aprendeu hoje!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Sesquicentenário - um post originalmente escrito nos "comentários"

Se vai rolar uma festa de sesquicentenário,
a festa é de quanto anos??


Não vale olhar no dicionário!
E se souber explicar a resposta vou ficar ainda mais orgulhosa de você!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

O que você vê?

(clique na figura, para ampliá-la)

O que você vê, nesta imagem??

terça-feira, 21 de agosto de 2007

E assim vai... assim foi.

O dia passou como se fosse um cometa. Falei em cometa, lembrei do Halley. Falei em Halley, lembrei de um cara que se chamava Harley. Falei no cara, lembrei da moto. A moto me lembra o Davidson. Mentira. Nunca conheci um Davidson. Mas lembrei que nunca conheci um. Nunca me lembrou sempre. E sempre que chega às dez da noite eu tô morrendo de sono...
Boa noite!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Autobiografia

Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade.

Nasci no rigor do inverno, temperatura: 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu... Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! sou é caladão, introspectivo. Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?

Mario Quintana - em 1984



O que você diria de você, se alguém lhe perguntasse:
"Quem é você?"

O que eu diria de mim, se alguém me perguntasse:
"Quem é você?"

Mais que isto, quem somos nós, além daquilo que pensamos e dizemos que somos?

domingo, 19 de agosto de 2007

Notícias inusitadas

*** O Prefeito de Varallo Sesia, no norte da Itália, teve uma idéia: pagar para os moradores da cidade emagrecerem. Pois é. Homens que perderem 4kg em um mês e mulheres que perderem 3kg em igual período começam ganhando 50 euros. Depois de 5 meses o prêmio sobe para 200 euros; e se conseguirem emagrecer e manter o peso por um ano, podem ganhar mais 500 euros. Pré-requisito: atestado médico de que está acima do peso ideal. Simples assim. O governo ainda disponibiliza um nutricionista e um "personal trainer" para os candidatos. Temos menos obesos do que eles. Mas essa tal de "bolsa-dieta" faria um sucesso, aqui! Até gente com o corpinho do Marco Maciel daria um jeitinho de aproveitar a "promoção"...









***
Quinta-feira o Tribunal Superior Eleitoral decidiu, em providência liminar, devolver os direitos políticos daquelas crianças malcriadas, o Garotinho e a Garotinha. O TRE do Rio tinha deixado os molequinhos de castigo por três anos, na "cadeira do pensamento", pra pensarem sobre as coisas feias que fizeram. Aí, tem sempre um vovô pra se comover, passar a mão na cabeça dos menininhos e tirar as crianças do castigo. Mãe e pai educam, vovô e vovó fazem todas as vontades... Dizem que é assim desde que o mundo é mundo. Ou melhor: desde que o Brasil é Brasil.







Fotos de UN Photos Page
e de Felipe Varanda/Folha Imagem, respectivamente.

sábado, 18 de agosto de 2007

Feliz Sábado!!

Acabo de ler que "bênçãos são o que temos a tendência de desejar aos outros no curso normal da vida. Desejamos que os outros fiquem bem quando estão doentes, quando estão tristes, quando conseguem uma grande honra etc."
Gente de bem, filhos de Deus, os povos amáveis, não lançam maldições sobre ninguém. Desejam bênçãos.
A minha bênção pra você, neste dia, é que o seu sábado seja um dia feliz! Um dia muito feliz!!
Feliz Sábado!!!

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Desiderata

Diz-se que o texto abaixo foi encontrado em uma igreja, em 1650; outros atribuem o texto a Max Ehrmann, datado de 1927; há quem diga que se trata de um manuscrito encontrado numa igreja em Boston por volta de 1644 - quem sabe a mesma igreja em que dizem foi achado por volta de 1650; e há, ainda, os que afirmam ter sido encontrado na velha Igreja de Saint Paul, Baltimore, datado de 1692. Vê-se que o texto é repassado, ano após ano, naturalmente com algumas variações, e que talvez nunca se saiba a sua verdadeira origem, o nome do autor. Talvez não se saiba o nome. Mas ninguém duvida da inspiração.
Se quem conta um conto aumenta um ponto, eu me dei o privilégio de adaptar a obra, trocando uns pontos. Ou melhor, uma poucas palavras, para que a mensagem tivesse mais a minha cara. Você vai perceber.
Boa sexta!
Bom dia!
Boa vida!



Desiderata

"Siga tranqüilamente, entre a inquietude e a pressa, lembrando-se de que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível, sem se humilhar desestimar, mantenha boas relações com as pessoas.
Fale a sua verdade mansa e claramente e ouça os outros, mesmo os insensatos e ignorantes, pois eles têm também sua própria história.
Evite as pessoas escandalosas e agressivas; elas afligem o nosso espírito.
Se você se comparar com os outros, você se tornará presunçoso e magoado, pois sempre haverá alguém superior de maior excelência e alguém inferior em desvantagem em relação a você.
Mas você é filho do Universo de Deus, parte do Universo, irmão das estrelas e árvores. Você merece estar aqui está aqui porque isto foi planejado! E mesmo sem você perceber, a Terra e o Universo vão cumprindo o seu destino papel.
Desfrute de suas realizações, bem como de seus planos.
Mantenha-se interessado em sua carreira, ainda que humilde modesta, pois ela é um ganho real na fortuna cambiante do tempo.
Tenha cautela nos negócios, pois o mundo está cheio de astúcias; mas não se torne um cético, porque a virtude pureza sempre existirá.
Muita gente luta por altos ideais, e em toda a parte a vida está cheia de heroísmos; seja você mesmo. Principalmente, não simule afeição, nem seja descrente do amor, porque mesmo diante de tanta aridez e desencanto, ele é tão perene quanto a relva o firmamento.
Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os arroubos inovadores da juventude.
Alimente a força do espírito que o protegerá no infortúnio inesperado, mas não se desespere com perigos imaginários. Muitos temores nascem do cansaço e da solidão.
A despeito de uma disciplina mais rigorosa, seja gentil para consigo mesmo.
Esteja em paz com Deus, como quer que você O conceba. E quaisquer que sejam os seus problemas, trabalhos e aspirações, na fatigante confusão da vida, mantenha-se em paz com sua alma consciência.
Apesar de todas as falsidades, fadigas e desencantos, o mundo ainda é bonito.
Seja prudente! Faça tudo para ser feliz!"

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Things to do

* Blogs - visitar
* Dormir - muito
* Presente - Mimi
* Jujubas - surpresa
* Recife - telefonema
* Almoço - no Ernesto
* Carinho - dar/receber
* Documentos - "scanner"
* "Seção comentários" - atualizar
* Intranet - reclamar com meus botões

Tudo isso. Mas eu paro tudo, por um cafuné.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Coisas do dia

* Blogger bloqueado no trabalho. Aí eles inventam uma tal de intranet que, como eu disse mesmo pra mocinha responsável, é "o aperfeiçoamento da coisa ruim", promovendo a criação de comunidades, classificados, agenda de aniversários... Ou seja: você pode ter "diversão" interna mas não pode acessar a internet para ver o que realmente lhe interessa.
p.s. a "coisa ruim" é o site oficial aberto ao público em geral. E devo esclarecer que quando se aperfeiçoa uma coisa ruim, ao contrário do que possa parecer ela não fica um pouquinho melhor; ela fica muito pior mesmo.

*
Um filme do tipo comédia romântica, com Catherine Zeta-Jones e Aaron Eckhart poderia ser apenas um filme muito legal; mas Abigail Breslin novamente faz toda a diferença e transforma a película num filme que, pra mim, valeria mais uma vez a sua indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Você sabe quem é Abigail Breslin, não sabe? Ela é encantadora. É séria, no trabalho que faz. Praticamente uma adulta. Mas é adoravelmente infantil e criança; natural. Um espetáculo! Eu me apaixonei por ela desde a primeira vez. É impossível ficar impassível.

* Taia continua linda e com as bochechinhas mais rosadas do mundo. E excelente companhia, como sempre.

* Acredite! Mas se tiver dúvidas pergunte à Taia, porque ela estava comigo:

Elvis não morreu!!





Canção do dia de sempre - por Mario Quintana


Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como essas nuvens do céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Quatro dicas para ser feliz


Experimente!


Nada além de tudo

Eu não quero nada. Só um pouco de atenção, um pouquinho de carinho, umas férias de 100 dias, dinheiro que não me falte, sorrisos, um copo de mate. Só um bocado de dengo, o colo da minha mãe, um beijo de quem me ama, um golaço do Flamengo. Um verão de onze meses, um frio de muitos graus, 28 positivos, e um ócio criativo. Um chinelo gostosinho, umas sandálias de salto, crianças cantando alto.

Quero nada não, menino... Só um pouco de carne seca com um prato de lentilhas, arroz fresquinho, com alho, e suco de abacaxi. Um dia de sol numa ilha, uma blusinha de seda, um canto de bem-te-vi.
Acordar depois das dez, massagem nos pés. Só quero uma água de coco, um sorriso de moço, um-banquinho-um-violão, amor cantado em canção.

Não quero nada, acredite. Só uma flor no jardim, uma surpresa de noite, um filminho, um cobertor. Um bocado de sorvete, uma escultura de enfeite, e um bilhete de amor. Igrejas em vez de presídios, balas só de chupar, homens que tenham palavra, o rio correndo pro mar.
Uma boa gargalhada, um sono tranqüilo, paz. Brincadeira de criança, biscoito na prateleira, poder dizer "tanto faz". Um retrato na parede, livro na cabeceira, umas taças de cristal. Uma bolsinha lilás, um pouquinho de doideira, alface e tomate com sal.

Não quero nada, me entenda. Apenas a lua cheia, um pouco de doce de leite, toalhas de banho cheirosas, comidinha com azeite. Amanhecer com vida, adormecer tranqüila, ficar bem em qualquer roupa, não ter de entrar numa fila. Um céu azul, confetes, vaga pra estacionar, e a opção do angu, no lugar do caviar.


Não faço questão de nada.

Só isso. Só isso, mais nada.
Quero nada, além do tudo.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Tudo ao mesmo tempo


Quase nove da noite.
Legal demais fazer tudo ao mesmo tempo: "Guerra dos Roses" no DVD, Ação Rescisória no escritório, ligação via skype com minha primuska em Sampa, e este post bobinho. Um pouquinho de cada coisa, tudo praticamente ao mesmo tempo. Não simultaneamente, é claro, porque aí já é querer demais da minha coordenação.
Deixa eu voltar pra ver o final da briga dos Roses. E ainda tem "Grey's Anatomy", às dez, e a decisão da Rescisória às onze.

BMW e DKW

Falando de carros:
BMW
– bê-ême-dáblio ou bê-ême-vê?
Em alemão, o W equivale ao nosso V, enquanto o V se pronuncia F.
A propósito, você diz (ou dizia) dê-ká-dáblio para
DKW? Não. Era dê-ká-vê mesmo.
kkkkkkkkkkkk
Portanto: bê-ême-vê (BMW = Bayerische Motoren Werke (báiêrish môtôren vérk) – Fábrica de Motores da Bavária.

Culturinha (in)útil no meio do trabalho, cansada de pensar.
Tirei daqui.

Estranho, tudo bem. Também admito. Você vai dizer que não importa a pronúncia. Importa o nome da letra. Tá, eu posso até concordar. Mas como é que você me explica o lance com o tal do dê-ká-vê (
DKW)? Por que não era, então, dê-ká-dáblio???

Sei não...

Por que é que, às vezes, pensar cansa tanto??

The Power of Schmooze Award



A Nena e a Mumumu indicaram a casa da boneca ao Prêmio "The Power of Schmooze", idéia do Mike, na tentativa de reunir os blogs que são adeptos dos relacionamentos "interblogs", fazendo um esforço para ser parte de uma conversação e não apenas de um monólogo.

1. Se, somente SE, você receber o "Thinking Blogger Award" ou "The Power of Schmooze Award", escreva um post indicando 5 (cinco) blogs que têm esse perfil "schmoozed" ou que tenham "acolhido" você nessa filosofia.

2. Acrescente um link para o post que lhe indicou e um para o post do Mike, para que as pessoas possam identificar a origem deste "meme"*.

3. Opcional: Exiba orgulhosamente o "Thinking Blogger Award" ou o "The Power of Schmooze Award" com um link para este post que você escreveu.

Lá vão os meus cinco indicados, lembrando de agradecer à Mumumu o texto aí de cima, de apresentação do Prêmio, gentilmente cedido, porque eu sou tão preguiçosa pra essas coisas de corrente...
Escolhi gente que faz questão de estimular o bate-papo entre blogueiro e leitores, no pós-post:

* Cabaré 349
* Por Que Sorri Gioconda?
* Jeans e Camiseta
* Turma do Amigão
* Diário Não-Oficial

(*a propósito, "meme" substitui "corrente" ou não quer dizer xongas, hein???)

domingo, 12 de agosto de 2007

Dia dos Pais

Aqui em casa, desde que os filhos cresceram e formaram sua própria família, minha mãe teve a idéia de antecipar algumas comemorações, quando é preciso. Ontem, então, comemoramos o Dia do Papai. Assim, todos nos reunimos sem pressa, num sábado, almoçamos juntos, emendamos na noite, conversamos, fizemos festa, sem que houvesse preocupação de dividir o tempo, "a barriga" e a atenção com algum outro pai, em alguma outra festa.

Minha tia V. e minha vovó H., vovó emprestada, também estavam presentes. Tia V. faz aniversário hoje e vovó H. contou-me uma história triste, de fazer chorar. Sentimos falta do meu irmão e de sua família, mas hoje matamos saudade via Skype. A distância que nos separa está cada vez menor, especialmente quando começamos a conferir o preço das passagens para o Natal...

Vovó H. me perguntou por que meu pai estava ganhando presentes. Ela estava deitadinha no sofá, com um pouco de febre. Eu me abaixei ali ao seu lado, fiz um carinho e respondi: "é que amanhã é dia dos pais, vó".
Ela fechou os olhos, e com uma certa amargura na fraca voz que saía lá de dentro daquele coração magoado, me disse:
- O dia dos pais é um dia que eu não gosto.
(silêncio)

Seus olhos se encheram d'água, enquanto me contava as tristezas da sua infância, em Maceió. As agressões à mulher e aos filhos, daquele que ela nem tem referência de "pai". Arrumou uma amante, mulher a quem sua mãe dera acolhida, alimento e cuidado, e saiu de casa para nunca mais voltar. Antes de ir embora para sempre, viveu seus dias ali sem poupar ninguém de sofrimento constante. E a triste lembrança de setenta e nove anos atrás, quando tinha seus oito aninhos, permanece viva na memória da minha vovozinha...

Era um dia qualquer, de tarde, e ele estava indo embora. Um dia qualquer porque era como qualquer dia em que ele gritava, bebia, batia... Mas foi um dia qualquer diferente: ele estava indo embora de casa. Os filhos ficaram tão felizes de nunca mais tê-lo por perto que, mal se ouviu a porta bater, as crianças começaram a pular, em festa, sobre a cama. Pulos de alegria. Era a liberdade. O fim das surras, dos maus-tratos, espancamentos. Pulos de alegria. Você conhece alegria de criança. Pena que fosse por algo tão mínimo... alegria por não sofrer mais. É como a saúde. Há quem a entenda como ausência de doença. Mas ausência de doença é tão pouco... tão mínimo!

E enquanto pulavam de alegria, na cama, ouviu-se de repente a porta abrir de novo. Era o pai. Havia esquecido algo, talvez. Voltara. Abriu a porta e deparou-se com aquela alegria infantil.
Entendeu na hora.

As crianças, paralisadas, como se estivessem agora brincando de estátua, imaginaram que chegara a hora da última e derradeira surra, para nunca mais esquecerem...
Mas o que minha vozinha não esqueceu, mesmo, foram os olhos do seu pai. Chocado com a cena, o homem ali em pé, estático, extático, olhou os meninos, com olhos perplexos que se encheram de lágrimas.
E antes que lhe escorressem pela face as lágrimas de remorso, voltou dali mesmo, sem uma palavra, sem nada, e retirou-se em silêncio.
Nunca mais voltou.
E minha vó me disse, com muita dor na voz, que aquele olhar de remorso, aquelas lágrimas que não caíram, aquela cena daquele homem chocado jamais saíram da sua mente. Ele entendeu, naquele momento, o mal que sempre causara e a alegria que começava a causar.

Anos depois teve notícias de que seu pai, em João Pessoa, havia contraído tuberculose. Escreveu-lhe uma carta, se dispondo a ir até lá para cuidar dele. Em resposta, recebeu um pedido: "não venha; eu já lhe causei muito mal... não quero que você pegue essa doença."
E sem perceber que talvez ele estivesse falando da doença da alma, e não meramente da tuberculose, vovó H. atendeu seu pedido, guardando para si mesma, eternamente, a compaixão por aquele pobre coitado.

Minhas pernas estavam dormentes, a esta altura, porque ouvi todo o seu lamento, ali, abaixadinha, num salto alto, de bolsa no ombro, porque eu acabara de chegar. Mas entorpecido, mesmo, estava o meu coração.

Você é pai?

sábado, 11 de agosto de 2007

Pelo planeta TERRA, esse coitado

HOJE, das 19h53min às 20h.
Por apenas SETE minutos, vamos todos apagar as luzes. Um apagão, para dar um descanso ao planeta e protestar contra as barbaridades que estão sendo cometidas contra ele, aquecimento global e tal. A idéia veio de Caracas, na Venezuela. Divulgue e apague. Divulgue a idéia e apague a luz.
Fizemos isso no dia 1º de fevereiro/2007, lembra? Não sei o resultado em número$. Mas nós nos mobilizamos. Como disse a Marina, "A eles cabe a ganância; a nós, a ingenuidade."

O que será que me aguarda neste SÁBADO FELIZ!!??

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Almoço às quatro da tarde

Hoje almocei às quatro da tarde.
Uma família de portugueses, num dos pontos mais feios do Rio, serve o bacalhau mais simples e gostoso da cidade. Fica ali por trás do Sambódromo, numa daquelas ruelas cinzentas, sem saída. A mesa é daquelas de bar e as cadeiras também. Não há requinte, guardanapos são de papel, daqueles do "pastel do china", sabe? Pois é. Olhando, você não dá nada. Mas é o endereço do bacalhau mais bem feitinho e delicioso do Rio. Artesanalmente preparado. Crocante, alto, delicioso. Quem atende é o Zé. Dona Maria está em Portugal, porque faz aniversário agora, dia 20, e vai comemorar por lá. Lola é quem prepara o bacalhau, quando a mãe não está e depois que o pai morreu.
Tudo bem, é preciso ter coragem para ir lá. O visual do estabelecimento é de amargar. (risos) Nem as moscas vão lá, de tão feio. Mas se você for uma vez, termina voltando. E voltando, e voltando. E garanto: sempre vai ter uma boa história pra contar. Ainda mais se estiver em boa companhia, como era o meu caso.
Bacalhau com batatas, pimentões verdes e vermelhos, azeitonas pretas, batatas cozidas e cebola. Para acompanhar, grão-de-bico com salsinha. Delícia total!!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Como foi a sua noite?


Então eu dormi ontem e acordei hoje.
Tá bom... Você vai dizer: "ora, ora, mas não devia ser sempre assim?"
E eu vou explicar melhor: eu dormi "muito ontem" e acordei "muito hoje", saca? Fui dormir às dez e pouco e acordei quase às dez, em pleno dia de trabalho!
Mas um sono reparador de energias é o melhor estimulante para um novo dia.
Posso trabalhar, agora?
Pretendo reparar meu atraso.

p.s.
Dormi, sonhei, acordei, e me lembro de uma parte do sonho. Eu fui ao Maracanãzinho ver um jogo de vôlei do Brasil com não sei quem; dei bronca no pai de um dos jogadores, bati papo com uma porção de gente, gritei muito, e ainda voltei pelo caminho com R., de quem fui grande amiga na minha adolescência e por quem tenho carinho até hoje mas que raramente encontro em situações lúdicas. A amizade e o carinho eram os mesmos da adolescência. Andamos de braços dados, no caminho de volta até o ponto do ônibus, como nos tempos em que andar de braço dado na rua só queria mesmo significar amizade. Um grande barato!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Exemplo


Exemplo
Lupicínio Rodrigues

Deixe o sereno da noite molhar teus cabelos / Que eu quero enxugar, amor / Vou buscar água na fonte / Lavar os teus pés, perfumar e beijar, amor / É assim que começam os romances / E assim começamos nós dois / Pouca gente repete estas frases / Um ano depois / Dez anos estás ao meu lado / Dez anos vivemos brigando / Mas quando eu chego cansado / Seus braços estão me esperando / Esse é o exemplo que damos / Aos jovens recém-namorados / Que é melhor se brigar junto / Do que chorar separados.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Lupicínio



Aves Daninhas
Lupicínio Rodrigues

Eu não quero falar com ninguém
Eu prefiro ir pra casa dormir
Se eu vou conversar com alguém
As perguntas se vão repetir
Quando eu estou em paz com meu bem
Ninguém por ele vem perguntar
Mas sabendo que andamos brigados
Esses malvados querem me torturar

Se eu vou a uma festa sozinha
Procurando esquecer o meu bem
Nunca falta uma engraçadinha
Perguntando ele hoje não vem
Já não chegam essas mágoas tão minhas
A chorar nossa separação
Ainda vem essas aves daninhas
Beliscando o meu coração.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Boa noite!

Desassossego


Amo-te tão profundamente que nem sei dizer;
a dor da saudade que sinto vem como o espinho pontiagudo da delicada rosa
que me fere a mão quando a alcanço.
Manhã chuvosa...
Descanso...
Amo. Um solitário amor; o que rima com dor
é saudade.


domingo, 5 de agosto de 2007

Ninguém

Ninguém se conforma de já ter sido.
Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
Texto extraído de "Dupla Exposição: Stanislaw Sérgio Ponte Porto Preta"

É mais fácil

Ser imbecil é mais fácil.
Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
Texto extraído de "Dupla Exposição: Stanislaw Sérgio Ponte Porto Preta"

Isso é crime!

A pessoa começa o blog dizendo que mudou de endereço e tal, que "já foi melhor que isso" e escreve: "...É só uma faze ruim..."
Você acredita que, passado um ano e pouco, a pessoa que escreve "faze(sic) ruim" possa se tornar um poeta??

No mês seguinte, escreve assim:
"Eu sei, desapareci por um tempo. Também sei que isso é quase pornográfia(sic), porém sei também que todos temos pensamento impuro algumas vezes... Impuro? Impuros para os ipócritas(sic), pra mim é o mais puro dos puros sentimento(sic)... hum... acho que eu estou falando asneiras, o que também é normal, todos fazemos isso... as(sic) vezes, somente as(sic) vezes...", "... se a pessoa tiver afim(sic) que se entregue..."

Será que alguém convence, com todos esses escandalosos e imperdoáveis erros de português, que meses depois já sabe escrever e grafar corretamente em "seus" poemas e crônicas?? Pior é que, sem o menor pudor, a criatura recebe elogios "à profundidade dos seus textos"!

Pra que faz isso?
Por que não dar os créditos, não colocar aspas, pra que fingir que as palavras saíram do seu próprio exercício mental?
Por que não dizer, por exemplo, que essas intrigantes linhas (24.05.05), são de G. I. Gurdjieff? Por quê?

Eu tive o cuidado de perguntar diretamente à pessoa. Ela teve o cuidado de não me responder.
...

As gentes se preocupam muito com os crimes contra o patrimônio, contra a vida, contra a organização do trabalho, e às vezes nem lembram daqueles praticados contra a propriedade imaterial, aí incluídos os crimes contra a propriedade intelectual, igualmente tipificados no nosso ordenamento jurídico... Eu fico indignada! E os textos copiados/plagiados não são meus, é bom que se esclareça.

Então, se você leu e elogiou os textos abaixo (pequena amostra, porque eu não vou dar mais espaço do que o necessário, a isso), acredite, você fez papel de bobo, meu amigo. E se o texto é seu, você foi vítima.
Nota: os crimes contra a propriedade intelectual têm procedimento mediante queixa.

o texto de 28.07.2007 você encontra aqui, desde 2005 - datado de 18.01.2005

um quarto para as seis - publicado por ela em 15.06.2007, você encontra aqui - datado de 12.06.2006 - Portugal

o poema "Olhos que se calam quando eu me calo", postado pela moça em 03.05.2007, você encontra aqui, já publicado em 2004 - datado de 28.07.2004


update às 15h06min:
Quem passou aqui depois das duas/três da tarde, vai clicar nos links e já não vai encontrar os textos que a moça "escreveu" nem aquele com as pérolas do tipo "hipócrita" sem "h", por exemplo; porque além de já corrigir o "faze" por "fase" (muito bem!!!), ela está apagando os posts copiados/plagiados (alguns).
Bem, que sirva ao menos para isto, este meu post. Mas o melhor seria mesmo que fossem dados os devidos créditos aos verdadeiros autores.

sábado, 4 de agosto de 2007

Ele quer mesmo!!!

Gente, ele não pára mesmo de pensar na caneca!!!

Será??

Será que foi o próprio??
Será que depois de procurar todas as referências no google ele foi a todos os sites e blogs dar a sua versão??
Será??

Agora é pra valer!

Procura-se apartamento em Madri.
Precisamos abrir mão de alguns euros no salário do maridinho, mas eu acho que vou me adaptar muito melhor na Espanha. O ar inglês não nos fez muito bem.

Às vezes...








Às vezes, tudo o que queremos é uma surpresa...







...e se ela não vier, mesmo assim tenha um Feliz Sábado! Há muitos motivos para que o sábado seja um dia feliz.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O fantasma da Ópera

Quando fui ver "The Phantom of the Opera", na Broadway, trouxe uma caneca, do espetáculo. Morro de ciúme dela. Mor-ro-de-ci-ú-me!! Porque é a coisa mais linda e eu tenho muito medo que alguém quebre ou arranhe. Uma caneca preta. Preta e brilhosa. Linda. Então, você coloca um líquido quente, como o chocolate quente que eu amo nas noites frias e nas manhãs geladas, e aí acontece uma coisa linda, na caneca. Vai aparecendo a máscara do Fantasma da Ópera! É mágico. E hoje eu comecei minha noite derretendo umas trufas deliciosas num leite bem quente que coloquei na caneca. E que delícia foi aquilo, hein??!!

Podia ser sempre azul

Todo dia amanhece.
Mas alguns... nublados.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O dolo

Dodô absolvido.
5x3

O dolo é um elemento subjetivo; é o próposito do indivíduo; a vontade de concretizar as características objetivas do tipo penal. A decisão judicial afirma que não houve dolo, do jogador. Dodô foi absolvido.

A teoria do dolo é importantíssima. Não apenas para discutir a culpabilidade de um réu. Também para situações que envolvam o trato pessoal, os relacionamentos, os amores e as suas dores.


Acredite se quiser (republicando)

Minha tia me diz que viu a reportagem da menina que tem uns vinte prenomes.
Aí me contou que em Recife, quando era criança, conheceu um homem que adorava música.
E as filhas eram: Domilda, Remilda e Familda.

Perguntei: Não tinha Mimilda??


p.s.
Terminei deletando o post que publiquei à tarde e, com ele, foram-se os incríveis comentários que vocês fizeram, e que me fizeram morrer de rir. Fiquei arrasada, porque havia histórias hilárias, aqui... Vou tentar recuperar, de algum modo.
:o(

Domilda, Remilda, Familda

Caraca! O post da Domilda, Remilda, Familda apareceu, não sei como, nos meus rascunhos. Achei que estava duplicado, por conta desse novo recurso de salvar automaticamente os rascunhos, e apaguei.
Agora ele sumiu daqui!
:o(

Isso é coisa de Mimilda!

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Debaixo do edredon, tentando rir pra não chorar de frio



Boa noite...

Millôr Fernandes

"...Carioca, é. Moreno e de 1,70 metro de altura na minha geração, com muitos louros de 1,80 metro importados da Escandinávia na geração atual, o carioca pensa que não trabalha. Virador por natureza, janota por defesa psicológica, autocrítico e autogozador não poupando, naturalmente, os amigos e a mãe dos amigos - ele vai correndo à praia no tempo do almoço apenas pra livrar a cara da vergonhosa pecha de trabalhador incansável. E nisso se opõe frontalmente ao 'paulista', que, se tiver que ir à praia nos dias da semana, vai escondido pra ninguém pensar que ele é um vagabundo..."

Millôr, in "Que País é Este?", excerto de "O Carioca É. Antes de Tudo."

Este texto é para lembrar Millôr Fernandes, mas também para me lembrar que o Rio de Janeiro é uma cidade de praia, sim, embora não pareça, nestes últimos dias...