segunda-feira, 9 de abril de 2018

Redes sociais?

Quando eu era criança não havia internet. Não tinha essa coisa de "redes sociais". 
Eu posso estar enganada, mas eu acho que as pessoas ficaram mais agressivas depois da internet...

Em algum momento disseram que a internet aproximava as pessoas. Eu vejo um distanciamento. Vou usar aquela palavra que a gente evita: "Antigamente". Antigamente as pessoas xingavam na rua, sabe? Era um palavrão aqui, outro ali, um apelido maldoso, uma palavra ofensiva que apesar de não ser palavrão insultava o outro. A mãe brigava. Ensinava que aquilo era feio e que não se faz. Mas a abrangência era aquela. Se descambava pra uma briga, tinha a turma do "deixa disso". A "turma do deixa disso". Ah, que saudade...

Onde foi que erramos? Evoluímos pro tempo das redes sociais. E elas estão aí pra compartilhar ofensas. Deliberadamente. E com alcance mundial. E cada vez que alguém insulta alguém tem sempre muita gente para fomentar ainda mais, aplaudir, complementar os xingamentos. A mãe não vem dizer que isso não se faz. Não tem "turma do deixa disso"...

Fugi do Facebook e fui para o Twitter. As coisas estão terríveis por lá também. A vantagem é que são só 280 caracteres... Era melhor quando eram 140.
Tá faltando amor, paciência, respeito, recuo, humildade... As redes sociais estão muito antissociais.



quinta-feira, 5 de abril de 2018

Agenda

Levantei cedo, hoje. Bem cedo para os padrões Suzi. Tenho um escritório inteiro para organizar e a desculpa de que "a vida é muito curta para arrumar o escritório" já não se sustenta... Preciso fazer isso. Comecei o trabalho, outro dia, tirei muita coisa do lugar e agora é como se a minha cabeça estivesse bagunçada também, o que me incomoda. Muito trabalho.

Além disso, preciso testar uma receita de sobremesa que leva só dois ingredientes, tenho uma consulta médica no fim do dia e queria dormir à tarde. Acho que a parte do dormir à tarde não vai rolar, mas eu queria.

Salomão, o cara mais sábio do mundo, dizia que tudo o que vier a nossa mão para fazer deve ser feito por nós da melhor maneira (Eclesiastes 9:10). Esse é o pensamento do dia, aqui em casa, neste momento.

Partiu!

quarta-feira, 7 de março de 2018

Como eu amo a vida!

Lendo há pouco um livro de crônicas da Lya Luft, encontrei uma que fala da sua amizade e afeição por Caio Fernando Abreu. É a crônica n. 36. O título, Caio F. (como ele gostava).




A certa altura, ela conta: "(...) Quando ele adoeceu, li seu artigo revelando sua condição, num dos mais admiráveis testemunhos de humanidade e coragem que conheci neste mundo hipócrita. Perto do seu fim, tivemos duas experiências de amizade destinada. Numa delas, jantávamos juntos, num restaurante discreto perto da casa dele, já retornado a Porto Alegre. Caio de repente segurou a minha mão por algum tempo, depois disse: 'Eu sempre vivi como quem quer se matar. Agora que sei que vou morrer... como eu amo a vida!'. 

Nada melodramático, nenhuma autopiedade, apenas dolorida constatação." 

(Em Outras Palavras, Lya Luft, pág. 153, Editora Record).




Não havia melodrama nem autopiedade, como deixa bem claro Lya, que estava ali, olhando nos seus olhos e segurando sua mão. E essa constatação dolorida me faz pensar se nós, ainda vivos, não temos feito pouco caso da vida, também...


domingo, 25 de fevereiro de 2018

E foi asism que eu me apaixonei...

Já me apaixonei por alguns personagens de séries da TV, mas foi tudo paixão passageira, "fogo de palha", como diria minha mãe. Mas agora não! Agora é sério, gente! Minha paixão mais séria desde que eu e Ballack-meu-bem demos um tempo...

Há muito tempo essa série me rondava... e eu esnobando. Até que um dia decidi dar uma chance. A gente tem um grupo no WhatsApp só pra dicas de filmes e séries da Netflix (um grupo humilde - só eu, minha prima C., e uma amiga).

Em janeiro as duas disseram que estavam ligadas em SUITS. Aí eu senti uma invejinha, que depois descobri não ser inveja, mas ciúme. Porque SUITS tem Harvey Specter. E não preciso dizer mais nada (até um próximo post...)

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Perdas & Ganhos

Estava há pouco folheando "Perdas & Ganhos", da Lya Luft, e me deparei com esta frase: "Quando as coisas parecem muito ruins, ensinou-me uma amiga, pode-se indagar: 'é tragédia ou é apenas chateação?'".

Isso me fez lembrar da pergunta que faço quando meus alunos estão arrasados, "emburrados" ou dando "chilique" por conta de algum problema. Eu pergunto qual é o tamanho do problema. "Isso é um problema grande, um problema médio ou um problema pequeno?" Esse questionamento vale pra crianças e adultos. E talvez poucas vezes a gente pare pra pensar nisso, no meio da tempestade... 

Algumas vezes, só porque o problema é do outro a gente tende a minimizar as coisas; e quando é nosso a gente tende a superestimar... são sempre problemões. E o mal disso é que há uma desproporção que afeta o modo como pensamos na solução. Um problema é sempre um problema, e a gente precisa aprender isso de uma vez por todas. 

Pode ser uma tragédia ou uma chateação, mas vamos respeitar a dor de quem está passando por ele (e talvez sejamos nós mesmos), porque é um problema, ainda que seja pequeno até mesmo aos olhos da própria pessoa.

Depois de saber o tamanho do problema vem o grande lance: se a gente pensar um pouco, a gente gasta a energia certa para resolvê-lo. Por exemplo: problemas pequenos são sempre rápidos e facinhos de resolver; se o problema é tipo "médio", talvez a gente precise de um tempo pra que ele seja resolvido, porque certas coisas acontecem em etapas; e se for um problemão a gente vai ter em mente que algumas coisas não saem exatamente como a gente quer, e vai tentar descobrir se tem jeito ou se é uma questão de se adaptar, resiliência.

Vou voltar pra minha leitura, enquanto você pensa aí no tamanho daquele problema que tava tirando você do sério mais cedo... Não seria apenas uma chateação?




terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Agenda

Fiz minha agenda da semana: 25 itens.
(Sem incluir praia/piscina, ou seja, sem lugar pro combustível do meu corpo - o que inclui a minha mente.)

Até ontem eu tinha dado conta de seis. Isso. Seis Só seis.

Quando a gente é criança as obrigações envolvem apenas estudar pra passar de ano, e ajudar a mãe em casa. Ajudar.

Mas a gente "adultece"...

Agenda de Roland Barthes - https://diacritik.com/2015/10/18/les-agendas-de-barthes-et-chereau/



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Os dias antes das cinzas

Eita! Quanto tempo não venho aqui!
Mas tô de volta.
Feriadão de Carnaval e eu meti o pé da cidade. Subi a serra e fui parar em Paty do Alferes, interior do Rio. Gosto de praia e, fosse em outros Carnavais, você me encontraria na praia, todos os dias. Eu lembro que não faz muito tempo e o Carnaval era uma época em que as praias ficavam vazias de manhã, os cinemas faziam promoção com ingressos a valores simbólicos, os shoppings ficavam às moscas... mas o Rio tem ficado cada vez mais cheio e nesses dias tem ficado insuportável transitar pelas ruas - com trânsito intenso, muita gente bebendo sem medida... enfim, já não acho legal ficar por aqui. Mas não foi apenas pra fugir do Rio que eu fui pra lá. Nos últimos três anos têm sido a nossa escolha: ficar com a família e os amigos num lugar em que você vê o encontro do verde com o azul, ouve os pássaros cantando na sua janela, e senta embaixo das árvores para contemplar o belo. Paz é isso.



Sobremesa
Foram dias divertidos. Jogamos Imagem e Ação, Academia, Perfil, Quem sou eu?, Damas, Ludo, Dominó... fizemos sessão de Spa dos Cabelos, com direito a corte, hidratação... teve banho de mangueira, teve manga tirada do pé (contabilizamos 436 e comemos metade disso; as outras trouxemos pra casa), maratona "SUITS", passeio pelas matas, banho de chuva, fogão à lenha, chupamos cana, plantamos cana (bem, os homens plantaram), trouxemos mudas de babosa, menta, coentro, lírio, e de um tanto de outras plantas que já não lembro o nome... Ai, que delícia!!!

Almoço no fogão à lenha


Flor de maracujá
As namoradeiras

Tô de volta. Que os dias depois das cinzas sejam ainda mais coloridos do que foram os que passaram. E que venham mais dias de paz.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O sucesso em uma frase


"Velho ditado nordestino: 'Tatu tá gordo? A unha é que sabe.'. Ou seja, como você já deve ter percebido, mas manda a paranóia que eu explique de qualquer jeito, é a resposta das pessoas bem-sucedidas aos que acham que tudo que elas têm caiu do céu, em analogia com o tatu, que está gordinho e cevado, mas à custa do trabalho com as unhas." 
(João Ubaldo Ribeiro)

Extraído de DEVE ser BOM ser VOCÊ, de Sidney Rezende, Ed. Futura - 2ª edição

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Embu das Artes

Fui a São Paulo neste fim de semana. 
Saí do Rio embaixo de chuva, chuva, muita chuva. Encontrei Sampa sob o sol, bem ao estilo Rio 40 graus.

Embu das Artes é um cantinho gostoso, ali em SP. Uma cidade cheia de artistas, cor e sabor. Caminhar pelas suas ruas com pessoas que você ama, tomar sorvete da infância, escolher coisinhas pra sua casa, almoçar junto, tirar fotos, ouvir boa música ao vivo enquanto caminha pela Viela das Lavadeiras... tudo isso faz parte do encanto que a cidade promove e da alegria que ela nos proporciona... 
Foi uma viagem e tanto! Com direito a uma paradinha em Penedo, na volta pro Rio. Outro canto maravilhoso!
 
Gaste suas horas, também, em família e com gente que você ama. 

É um privilégio.

Ao alcance da gente.

É uma grande chance de se sentir mais perto das coisas simples da vida... 





quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Decência

Falta decência aos homens, e você tem mais uma prova disso quando o seu vizinho arranha profundamente o para-choque do seu carro, na garagem do prédio, e a única atitude que ele tem é sumir com seu próprio carro por uns dias (provavelmente deixando-o na oficina para tirar as marcas da tinta, apagando os vestígios).

Viver em sociedade é muito difícil para alguns seres que se pensam humanos...

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A sociedade do futuro

Sete e meia "da madrugada" e eu já acordada, sonhando em poder dormir um pouquinho à tarde. 

Ontem eu estava lendo um livro e encontrei uma citação, publicada no "Pacific Health Journal", em junho de 1890. Sim! Junho de 1890.

"A elevação ou decadência do futuro da sociedade serão determinadas pelos costumes e pela moral da juventude que cresce ao nosso redor. Como a juventude é educada e como é moldado o seu caráter na infância em hábitos virtuosos, domínio próprio e temperança, assim será sua influência na sociedade. Se os jovens são deixados sem esclarecimento e sem controle, tornando-se voluntariosos, intemperantes em apetite e paixão, isso vai influenciar e moldar a sociedade. As companhias que a juventude mantém agora, os hábitos que forma, os princípios que adota, são uma indicação da espécie de sociedade do futuro."

Fiquei pensando nas coisas que temos visto e lido... manchetes de jornal, comportamentos na rua,  letras de funk, posturas políticas... 

A tal sociedade do futuro taí, fruto da educação e do jeito como foi moldado o caráter da juventude... Acho que não se importaram muito com isso em 1890. Mas ainda é tempo, se quisermos transformar as gerações futuras.


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Desatando nós


Na sexta-feira eu precisei ir a uma agência da CEDAE (Companhia de Águas, do Rio). Tinha em mente que seria apenas o começo de uma batalha que chegaria, muito provavelmente, aos bancos do Judiciário. Mesmo assim falei com Deus antes de sair: "Querido Pai do Céu, vai antes e adianta as coisas, por favor...".

Surpreendentemente (sim! eu ainda me surpreendo quando Ele dá o jeito dEle...) as coisas se resolveram de uma forma rápida e linda. E além de tudo agora eu tenho um documento e já não existe razão para chegar às Cortes. Tudo o mais vai se resolver a seu tempo.
Isso me fez feliz.
Muitas vezes a gente sai de casa pensando que as coisas vão dar trabalho e já antecipa, mentalmente, todos os detalhes dos aborrecimentos. Nós gastamos a nossa mente com isso. 
Que bobagem!

Siga sua semana gastando seus neurônios com coisas que coloquem você pra cima. Na hora de dar pulos de alegria você já estará preparado!




sábado, 13 de janeiro de 2018

Não se trata de dar, e sim de partilhar.

Continuo aprendendo com Leo Buscaglia. Todos os dias.
Quem me apresentou esse Educador fantástico foi S., meu amigo que era do Rio, foi morar em Londres, voltou já faz um tempo, nem sei quando, e mesmo assim nunca mais eu o vi... Mas desde aquela época Leo se tornou meu queridinho.

"O mesmo acontece com o amor. Eu podia amar a todos nesta sala, se tivesse a oportunidade de conhecê-los..."

E continua dizendo que poderia amar todos com a mesma intensidade, e mesmo assim "ainda teria o mesmo potencial de amar que tenho neste momento. Não terei perdido nada...".

Ele falou isso num contexto em que explicava a diferença entre "dar" e "partilhar" e sobre ter o melhor para partilhar o melhor. Ele disse: "(...) E só posso ensinar aquilo que sei. Portanto, se pretendo ser um grande professor de deficiências da aprendizagem, então vou ter de saber tudo o que puder sobre as deficiências da aprendizagem. E o extraordinário é que eu poderia ensinar a todos nesta sala tudo o que sei, e no entanto não teria perdido nada - continuaria a saber tudo o que sei. Assim, não se trata de dar, e sim de partilhar.".

Pense nisso hoje. Partilhe. Sem mesquinhez. Partilhe seu saber, seu amor, seu carinho. Mas para isso é preciso que você tenha saber, amor, carinho, da melhor qualidade. Porque "se o meu amor for neurótico, se for possessivo, doentio, eu só lhes poderia ensinar um amor neurótico, possessivo, doentio."

Pense. Pratique. Tenha um FELIZ SÁBADO!! 


Leo Buscaglia in Vivendo, Amando e Aprendendo, pp.25 e 26. Ed. Record. 1999


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Basta!

Estou no Recreio dos Bandeirantes, numa tarde linda de sol, mas não estou na praia. Bem longe do que eu planejei para um dos poucos dias de sol neste janeiro do Rio de Janeiro, estou numa sala com um aparelho de ar condicionado mantendo a temperatura a 21ºC e isso pra mim é inverno.


Estou com fome. Fome mesmo. Tomei uma vitamina de manhã e vim pra cá. Não sei a que horas vou comer. Logo, se tenho apetite sem esperança, é fome.

Aqui na loja em que eu estou as pessoas me tratam bem, em regra. Mas não resolvem os meus problemas. Elas precisam dar um jeito em várias coisas e até tentam. Na maioria das vezes sem tentar me enrolar. Ocorre que uma vez eles tentaram isso... Não deu certo e não foi bom. E agora o moço que tentou me enrolar da outra vez nem apareceu e todos os outros estão me tratando ainda melhor do que nas vezes anteriores. Mas, à vista da demora, parece que, de novo, não vão resolver meus problemas.

Todo mundo gosta de ser bem tratado. E acho que ninguém gostaria de precisar escolher entre ser bem tratado e ter os seus problemas resolvidos. No mundo ideal as pessoas que podem resolver seus problemas resolvem, e durante o processo vocês se tratam bem, mutuamente.

Estou escrevendo pra me distrair. Pra esquecer a fome. Mas a cabeça já dói. O bom humor tá saindo pelas frestinhas da porta e eu quero ir embora pra minha casa... Enquanto isso, seria bem legal se chegasse aqui uma "empada praiana", um queijo quente ou mesmo uma coxinha...

De onde estou posso ver o meu carro. Não vejo ninguém trabalhando nele, mas agora existem aquelas coisas de trabalhar remotamente... então não é certo eu afirmar que nada está sendo feito nem que o carro tá lá parado, enquanto eu sofro querendo um pouco de comida.


Um carro deve custar muito caro. Faz sentido. São muitos salários para pagar, aqui. Vejo pelo menos quatro pessoas na sala a minha frente e elas conversam bastante entre si. Devem estar buscando soluções para resolver problemas dos clientes. Ã-han... Às vezes elas respondem algum email, também. Eu acho (porque vejo uma tela do Gmail aberta). Elas usam os janelões de vidro que cercam as salas para conferir o visual (cabelo, batom, gravata, cintura...), e as paredes servem de apoio para o corpo enquanto se acomodam para bater papo. As cadeiras são usadas para descansar e os espaços entre as mesas são utilizados constantemente por um rapaz que mantém suas mãos no bolso e o sorriso no rosto para as meninas. Todos parecem felizes. Acho que é porque estão solucionando problemas...

 
A menina que está sentada de costas pra mim mexe bastante no próprio celular e não dá pra esconder, pelo menos de mim, que as atualizações do Facebook estão em dia. Mas a tela do Word está aberta no monitor à nossa frente há pelo menos uns quarenta minutos, e pode ser que ela ainda faça alguma anotação ali. Antes disso, claro, ela precisa levantar pra atualizar os colegas, levando o celular à mesa de cada um. Como está fazendo agora. Isso se chama "compartilhar ao vivo".

Passam-se três ou quatro minutos e ela retorna, agora que já compartilhou. O rapaz continua em pé, circulando pelos espaços da sala, mãos no bolso, até que senta de lado, pra conversar melhor com a outra colega. A moça do Facebook continua com a tela aberta no mesmo documento e vidrada no celular. Enquanto isso o moço já se levantou novamente e está vendo alguma coisa na mesa da outra moça...

Eu ficaria aqui me distraindo com isso até que eles me avisassem que o meu carro está pronto e meus problemas resolvidos. Mas eu faria isso se realmente estivesse convencida de que escrever disfarça a fome. Mas não tá funcionando.

O rapaz volta com um cafezinho. Um.
Egoísta. 
 
16h30. Meu telefone toca. Fico mais meia hora me distraindo. Olho de novo e não tem ninguém na sala. Mas os monitores continuam ligados. Desligo o celular e vou buscar notícias do meu carro, porque ninguém me atualiza de nada (e eu dizendo que me tratavam bem...). No caminho encontro o moço que quis me enrolar daquela vez. Sorriso amarelo, perguntou se estava tudo bem. Sorriso amarelo retribuído.

São cinco horas da tarde. O carro continua ali, parado, e disseram apenas que o Chefe da Oficina foi testar um carro e já volta pra falar comigo.

Cinco e meia.
Daqui posso ver que o senhor chefe da oficina já está de volta. Vejo também que meu carro continua no mesmo lugar, a sala aqui da frente permanece vazia e com o monitor ligado, e noto que uma das moças deu uma passadinha por lá;  eu continuo aqui no inverno de 21ºC, a fome continua, e não há sensação alguma de que as coisas estejam indo bem para mim.

Vou parar por aqui. Não há previsão de um final feliz. E se eu perder a calma vou dar uma de Mafalda e gritar: BASTA!


Torcendo pra não errar a vogal.


UPDATE:

17h48 voltam duas moças que trabalham na sala aqui da frente. Pessoas começam a entrar no meu carro. Outras olham pela janela...



17h54 volta a terceira moça da sala. Todas estão sentadas, agora. Uma empresta à outra o cabo do carregador do celular. A página do Gmail que estava aberta serve pra responder um email. Sim! Um email é respondido. Um.

17h57. Meu carro sai da baia onde estava estacionado. Vejo que estão dando umas voltinhas com ele na frente da loja. Deve ser um teste. Da minha paciência, provavelmente.

Ninguém me procura...

Devem achar que resolvi dormir aqui esta noite.

18h05. O rapaz da sala em frente também voltou. Mas só pra tirar o celular da tomada, guardar o carregador, e sair de novo.


18h07, a moça do Facebook, a que respondeu o email, está agora fazendo uma ligação para um cliente. Deve estar resolvendo "mais um problema".

18h08. Desligou.

Eu também.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Angra dos Reis e dos Plebeus




Em março em vou pra Angra dos Reis com a galera do outro blog. Uma porção de plebeus. Em Angra a gente se diverte muito, principalmente se vai ficar na casa de J&P, que é o caso. Em Angra chove. Em Angra tem mar. Em Angra a gente joga jogo de tabuleiro e faz vídeos em casa e na estrada. Em Angra a gente come esfirra. Bem, a gente vai a Paraty pra comer esfirra, quando está em Angra. Os dias em Angra são cheios de cor, mesmo que chova e o céu esteja meio cinza. A gente chora de rir e a gente canta. Na verdade, essas coisas todas acontecem porque a gente tá ali rodeado de gente que é amiga da gente.

A conclusão é essa: a alegria se faz com aquilo que se é e não com aquilo que se tem.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Revendo valores

Meu escritório está uma bagunça. Comecei o ano no meio dessa bagunceira toda. Aliás, terminei o ano assim. "Meu escritório está uma bagunça" foi uma frase que eu repeti algumas vezes em 2017. Eu não tive agenda de papel, em 2017. Quer dizer, tive mas usei pouco. Eu fiquei meio perdida em mil compromissos em 2017. Acho que essas coisas todas se interligaram. E me incomodaram.


2018 chegou. Parece que a gente sempre precisa de um marco. Não fiz lista de resoluções no dia 31 de dezembro. Mas desde o dia 4 de janeiro estou revendo algumas coisas para manter meus princípios e reorganizar meus valores. Parece teoria? Não é não. 
Cada um tem suas prioridades e sabe o que está fora do lugar. Eu não quero só arrumar e manter o escritório arrumado, mas isso é importante, porque é nele que eu trabalho, é nele que eu faço as minhas meditações no começo de cada dia, é nele que eu escrevo... Quando ele está bagunçado minha mente fica assim também. E isso me incomoda. Outra coisa que está fora do lugar, na minha vida, é o meu sono. Dormir depois da meia-noite começou a virar rotina e isso atrapalha a minha vida. Além de precisar, diariamente, de onze horas de sono (ele pode ser dividido em duas partes - oito de noite e mais três de tarde... que delícia!!), eu preciso que ele aconteça cedo. Já aprendi que o soninho da beleza está ali por volta das nove e meia da noite e vai até as duas da madruga. É ele que rejuvenesce as células do corpo. Dormir tarde, ir pra cama só de madrugada, são hábitos que envelhecem a gente antes do tempo. 

Bem, acho que todo mundo precisa de vez em quando rever seus valores. Não necessariamente no dia 31 de dezembro. Eu comecei. E duvido que você não tenha também alguma coisa pra colocar no lugar. Escritório, bolsa, cabeça... Vai que você consegue!