Abertas as comemorações pelos duzentos anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil, fui ver a exposição
LUSA - A matriz portuguesa, ontem, no Centro Cultural Banco do Brasil. Jóias, mapas, objetos sagrados, objetos profanos, muitas esculturas, documentos, vídeos, sons, ocupam dois andares do CCBB. Obras vindas de museus de Portugal, de 38 renomadas e respeitadas instituições portuguesas.
A mostra é bem legal. Uma viagem às origens da "terra-mãe", evidenciando as diversas influências que construíram a identidade Portugal - a mais acentuada parte européia da construção da nossa identidade. Bem legal ver as marcas do cristianismo, do islamismo e do judaísmo retratadas na exposição. Particularmente, achei o máximo um papiro da Rainha Ester que estava exposto. Reler ali a história que ouvi desde criança, da bela e inteligente rainha, me deu uma certa emoção. Ver um documento que pertenceu a ela, ali, bem pertinho, depois de tanto tempo, preservado... Muito legal!

Outra coisa bastante interessante foi ver a restauração das peças de cerâmica, dos cântaros, dos pratos e vasos, azulejos; as jóias... Um tal de torques, que era um tipo de colar todo em ouro maciço, minuciosamente decorado, lindo mesmo, com detalhes em rosas de pétalas trabalhadas, e que era uma jóia belíssima e de simbologia. Guerreiros, inclusive, a usavam.

E há uma escultura de quase dois metros, em granito!, na qual se pode ver um desses guerreiros, de torques.

Não vou contar tudo, pra que você não perca a vontade de visitar. E quando estiver lá, dê uma olhada no menorá - candelabro - todo em ouro. Lindíssimo. Muito lindo.
Havia também uma foto do Vasco da Gama, mas eu não vou dar ibope pros vascaínos e não vou colocar aqui a foto do moço.
Enfim, era uma tarde chuvosa de domingo. Se eu tivesse deixado a preguiça me dominar não teria passeado pela cultura portuguesa e teria desperdiçado uma deliciosa oportunidade de almoçar ali, no mezanino, comentando as belezas vistas e perplexa por ler tantas palavras desconhecidas. Afinal, a dúvida permaneceu: falta-me cultura, para saber, de cara, o que é uma estela, por exemplo, a ponto de ter de concluir, pela obra, do que se trata, ou esse tipo de coisa só mesmo gente da área, como o Ross Geller, o paleontólogo de Friends, é que sabe, assim obviamente, do que se trata?? E um báculo?? Pois é... É um cajado. Eu deveria saber? Isso é óbvio??

Cheguei a pensar em voltar com lápis e papel na mão, para anotar as palavras novas, para depois aprender, em casa.
Vale a dica, pra quem tem o vocabulário tão restrito, como o meu.
E outra dica: se for almoçar no mezanino, esteja em muito boa e bela companhia, porque, embora o atendimento seja agradável, a comida não é lá essas coisas. Aliás, é bem fraquinha, mesmo, apesar das atraentes opções.
(Isto aí acima, à direita, é um báculo. Vai me dizer que você sabia, desde sempre!?)