Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...
Alberto Caeiro in O Guardador de Rebanhos (XXIX)
11 comentários:
Lindíssimo texto!
E que seja um lindíssimo dia pra ti tb!
bjks!
Agora, senti-me em casa com este post...
Simplesmente é isso, vivemos todos uma metamorfose!!
Beeeijooosss!!!!
Como eu amo este homem!
*.*
O poeta sabia bem do que falava :):):)
Foi um dia quieto, Nina. Mas um dia bom.
"Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda..."
Se estava metida no shopping antes
tranquei-me em casa depois...
rsrsrsrs
"Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés..."
Boa sexta!
Então, é isto, Martinha! Entra que a casa é tua. E olha que ficou mesmo com cara de "uma casa portuguesa, com certeza"!
Caeiro anda sempre por aqui (de todos acho mesmo que é meu preferidinho) e o encontro de patrícios é sempre uma festa!
;o)
Como diria Raul, Susanna: "uma metamorfose ambulante".
:o)
É também o meu preferido, Guiga.
Ah! Depois de Ballack-meu-bem, é claro.
hohohoho!!!
É, Custódia... ele tinha uma leitura bem particular desses versos... rsrsrsrsrs
Nada melhor do que um Alberto Caeiro agora... O "Guardador de Rebanhos" é um poema que nao canso de ler. E que simples, e que profundo, e que sem-complexidade-alguma é simultaneamente esse texto!
Postar um comentário