sábado, 9 de fevereiro de 2008

Um ano depois...

Um ano depois e a dor que senti naquela noite ainda machuca minha alma. A saudade não passa. O tempo não apaga marcas de amor entre amigos que são para sempre - embora a morte procure fazer seu papel. E acontece que cada dia que passa só faz aumentar a certeza de que era cedo demais para que fosse embora. Cada dia que passa aumenta a evidência dessa ausência sentida. É o vazio no ar, no som, nos lugares. A presença da ausência de alguém não é uma sensação; é um fato. Encará-lo me faz arquejar.

Continuo a chorar sua morte como chora a criança-menina que perde a boneca querida; como grita o cão sem dono, perdido entre ruas e latas; como choro eu mesma, sem saber que era possível, em noites chuvosas e em manhãs de sol, nos dias cinzentos, no entardecer, enquanto o sono não vem, enquanto eu mesma espanto o sono, enquanto os dias nascem e morrem, enquanto se vai seguindo, lembrando a falta que ela faz na vida.

São rios de lágrimas que vermelham meus olhos e me alagam por dentro; lágrimas de saudade, constatação da privação que é a vida, sem ela. Que falta me fazem as risadas que demos juntas, os desabafos em horas no telefone, o jeito, o tudo, saudade da vida que havia aqui quando ela ainda vivia!

É alguma coisa sombria, quando não se pode mais ouvir a voz de alguém que sempre te falou sorrindo, que sempre foi luz, graça, alegria, diversão. Saudade das risadas... E das respostas que ninguém no mundo sabia dar, a não ser você, minha querida amiga.

Eu acredito na vida após a morte; mas não na vida imediata após a morte. Acredito em vida eterna, em ressurreição. Acredito em reencontro. Crença. Fé. E neste caso, essa é a esperança que move a minha caminhada.

S.Paulo tem uma linguagem encantadora, para descrever um "segredo estranho e maravilhoso" - I Cor. 15: 52-55. E de repente ele nos diz: "...Quando isso acontecer, finalmente, se tornará verdadeira a palavra que está escrita: 'Tragada foi a morte pela vitória'. Onde está, ó morte, a tua vitória? onde está, ó morte, o teu aguilhão?"

Hoje é sábado. E se alguém quiser um motivo para ter um SÁBADO FELIZ, dê um beliscão bem forte no seu próprio braço. Se doer, você já tem tudo o que precisa para agradecer a Deus e tratar de ser feliz! Lembre-se: você tem a vida!

O meu motivo, hoje, para ter um FELIZ SÁBADO é a saudade boa que existe dentro de mim!

Feliz Sábado!!

4 comentários:

Nessita! disse...

nossa, Suzi, já faz um ano... o tempo voa enquanto a saudade aperta. acho que o melhor que podemos fazer nessas horas é relembrar os momentos juntos. e rezar. e saber que em algum outro momento, ainda encontraremos todos os entes queridos que a morte levou.

bjus querida

e bom sábado pra ti

Mônica disse...

depois do baita beliscão que me dei, vou ali rezar e agradecer...beijos, boneca

Amigao disse...

E eu cliquei no link que vc indicou.Tocante.

Beijos

Custódia C. disse...

O tempo passou, mas não a tua saudade nem amizade...
Beijo