quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Vem comigo?

Já ouvi dizer que na vida, ou se é prego ou se é martelo.
Não gosto dessa idéia.
Não gosto mesmo.
A impressão de que só há duas possibilidades não me agrada; posso não querer nenhuma delas, como realmente não quero. Quero ser corda, barbante, fita, laço. Quero ser elástico; papel e tinta; quero ser pincel.
Vem comigo colorir, atar, unir?

8 comentários:

Anônimo disse...

postei agora que preciso dar um colorido na vida e venho aqui e te encontro disposta a colorir...tô contigo!

beijão, boneca

Taia disse...

Vamos pegar os pincéis, as tintas.
Agora!
Beijo linda.

Anônimo disse...

Pintar o sol de amarelo, atar amizades,cortar as dores,fazer pontes de nanquim para encurtar distância e pintar de verde esperança todos os dias..
Tô contigo, trouxe minha maletinha de cores e sabores de bem querer.
lindo dia bunita
beijosssssssssss

Unknown disse...

Adorei o texto e a foto. Aproveito para mandar um poema que possivelmente até conhecerás...
Talvez ele complemente um pouco a tua postagem!

De José Régio-"Cântico Negro"

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

PS. Desculpa ter ocupado tanto espaço

bjs e uma boa noite

Gioconda disse...

eu vou! Ou melhor, como na linguagem das ruas, FUI!

Anônimo disse...

Queria ser avião mesmo.

:)

Beijos alados.

Ana disse...

Let's Go! =) *

Suzi disse...

queridos amigos,
hoje não visitei ninguém...
uma correria tremenda e ainda tenho tanto o que fazer esta noite.
amanhã também terei um dia pra lá de agitado; mas acho que antes que a noite caia eu estarei batendo à porta de vocês todos, num toc toc toc cheio de saudades.
beijinhos e deixem-me pegar mais papel, e tinta, porque o dia tá corrido mas tá bem cheio de cor.
;o)

p.s.
claudynius,
já postei um trecho desse belo poema aqui no blog, sabia? está por aí, em arquivos passados. lindíssimo, realmente!!!