Aprendi com Elisa Lucinda, faz tempo (1993), que "fome é apetite sem esperança". Desde então, sinto-me constrangida, quando, cheia de vontade de comer alguma coisa, sem querer eu digo que "estou morta de fome"...
Exatamente como agora, hora em que cheguei da rua, doida de vontade de comer uma comidinha gostosa. Eu não estou com fome!; porque, além da esperança, eu sei o que vou comer, onde vou comer, quando vou comer...
É que não causa impacto dizer apenas que se está com apetite, ou com muita vontade de comer alguma coisa, precisando mesmo. Nem é sonoro. A gente pensa que só vão entender o que a gente quer dizer, se a gente disser "tô morrendo de fome!" E sem a menor noção do que seja "ter apetite sem esperança", a gente segue dizendo essa blasfêmia.
"A gente podia ter gripe, asma, catapora, bronquite
A gente podia ter apetite mas fome não.
Minha vó bem que dizia sem errança:
fome é um apetite sem esperança" (Elisa Lucinda)
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