segunda-feira, 11 de maio de 2009

Dia das Mães

Eu queria contar aqui o que me aconteceu no sábado... Mas confesso que a emoção foi assim tão imensa, que as mesmas lágrimas que rolaram pela minha face naquele momento ameaçaram cair agora de novo e eu estou aqui, tão cheia de processos, com tantas coisas a fazer que não posso me dar ao luxo de me emocionar "tamanhamente" de novo...

É que isso exigiria de mim uma pausa. E mais uma vez eu começaria uma viagem no tempo, e ainda ficaria assim por horas, mergulhada em lágrimas e emoção.

Tentei falar sobre isso ontem, aqui. Também não consegui...
E mesmo me limitando, hoje, a dizer que foi uma homenagem surpreendente, linda e comovente que eu recebi, pelo Dia das Mães, as lágrimas já ameaçam escorrer... meus olhos já estão marejados.

E então, minha referência às mães e ao dia especialmente dedicado a elas vai nesse texto de um autor que não conheço, mas que soube, com seu conto, nos envolver e nos fazer refletir. Eu vi, em cada linha, a minha mãezinha. E mais uma vez agradeci a Deus por me fazer nascer no meu lar, por me dar de presente a mãe e a família que tenho.


Profissão Mãe

Uma mulher foi renovar a sua carteira de motorista.
Pediram-lhe para informar qual era a sua profissão.
Ela hesitou, sem saber, bem, como se classificar.
- "O que eu pergunto é se tem um trabalho" - insistiu o funcionário.
- "Claro que tenho um trabalho!" - exclamou - "Sou mãe".
- "Nós não consideramos "mãe" um trabalho. Vou colocar "Dona de casa" - disse o funcionário, friamente.


Não voltei a me lembrar dessa história até o dia em que me encontrei em situação idêntica.
A pessoa que me atendeu era, obviamente, uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona da situação, e me perguntou:
- Qual é a sua ocupação?

Não sei o que me fez dizer isto; as palavras ,simplesmente, saltaram-me da boca para fora:
- "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas."

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar para o ar e olhou-me como quem diz que não ouviu bem.
Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.
Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

- Posso perguntar - disse-me ela com novo interesse - O que faz exatamente?

Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder:
- Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa).
Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas).
Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda???), o grau de exigência é em nível de 14 horas por dia (para não dizer 24 horas).

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário, se levantou e, pessoalmente, me abriu a porta.

Quando cheguei em casa, com o título da minha carteira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3 anos.
Do andar de cima, pude ouvir o meu novo experimento (um bebê de seis meses), testando uma nova tonalidade de voz.
Senti-me triunfante!
Maternidade... que carreira gloriosa!

Assim as avós deviam ser chamadas:
"Doutora-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas".
As bisavós:
"Doutora-Executiva-Sênior".
E as tias:
"Doutora-Assistente".

5 comentários:

Mosana disse...

lindo!!!!!
deveria mermo ter essa carreira oficialmente!
Kisses

PS: aqui em casa são turnos de 24h

Anônimo disse...

Não costumo comentar no seu blog, só ler de vez em quando mas naõ posso deixar de dizer que adorei o post! Nunca vi nenhuma descriçao melhor nem mais justa para a maternidade. Adorei...
Sueli

Suzi disse...

Pois é, Mosana. Parece que 14h é só "modus dizendi"...

;o)

Que seus prxmos 364 dias de mãe sejam também felizes como deve ter sido o de ontem.

Suzi disse...

Olá, Sueli!
Que bom ter me dado a chance de receber você aqui com boas-vindas. Fique sempre à vontade, quietinha ou entrando no papo, ok?

Quanto ao texto, devo dizer que foi mesmo muito bem descrita, a profissão de mãe. E que eu, como tia, também me senti Doutora!

Um beijo.
Continue por aqui!
:o)

Márcia(clarinha) disse...

Que as lágrimas sejam de alegria, sempre.

Já conhecia o texto tão genial e inteligente, mas ô gente que adora complicação e título pomposo, né? Mãe é tão mais bonitinho, rsss

lindo dia bunita
beijos