quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Palavras e entrelinhas e iscas e verdades inventadas e Clarice

Quem me acompanha que me acompanhe: a caminhada é longa, é sofrida mas é vivida. Porque agora te falo a sério: não estou brincando com palavras. Encarno-me nas frases voluptuosas e ininteligíveis que se enovelam para além das palavras. E um silêncio se evola sutil do entrechoque das frases.
Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra - a entrelinha - morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é escrever distraidamente.
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.
(Clarice Lispector)

8 comentários:

Anônimo disse...

vamos combinar que essa mulher é A mulher, né não???? amo incondicionalmente tudo o que ela escreve...

beijo, boneca

Taia disse...

Oi boneca!
Bj

Mosana disse...

ai que lindo.. parece q muita gente que eu leio os blogs tem se inspirado em Clarice ultimamente!
muito bom!
beijos

Anônimo disse...

E por ser seguidora de suas palavras me reinvento a cada dia...e gosto disso.
linda noite,bunita
beijossssssssssss

Suzi disse...

moniquinha,
ela É A mulher.
amo muuuuito!
amamos, né?

beijins!

Suzi disse...

taia,
oi pra tu também!
bjoka

Suzi disse...

momô,
clarice é TUDO de bom. TUUUUDO!!

Suzi disse...

clarinha,
somos, nós mesmos, verdades diariamente inventadas, não é?
beijos, loirinha-lindinha!