Simplesmente feliz

Sim. Eu teria sido simplesmente muito mais feliz se tivesse entrado na sala certa e visto o filme certo ("W. Bye Bye Bush"), ao invés de ter errado a sala (com a "conivência" do rapaz que conferiu os ingressos), e me sujeitado a cento e dezoito minutos de "nonsense".

Quer um conselho?
Não fique por duas horas se perguntando: "o que é que eu estou fazendo aqui?".
Ou, se você quiser que eu seja mais clara: não perca seu tempo com aquela colcha de retalhos chamada "Simplesmente feliz". A longa cena do mendigo, por exemplo. Não me venha querer dar sentido àquilo! Que fim levou o pobre aluninho agressivo? E o assistente social?
Ok, ainda há uma outra opção: finja que é "cult", vá, e saia dizendo que adorou o filme. Talvez você engane alguém.

Salvam-se a primeira cena, quando Poppy se dirige ao cara da livraria, e a reação ao roubo de sua bicicleta, quando sua felicidade ainda não irrita. Salvam-se, também, a convincente interpretação do instrutor da autoescola, a primeira aula de flamenco e a última cena, quando, enfim! (num exercício de intelectualidade foi o que eu pude absorver), há um desfecho para uma das histórias. É quando acho que se trata do preconceito das pessoas.

Quando falei para M. dessa minha conclusão, ele me perguntou, quase gargalhando: "Você tá explicando o filme, pra mim?"
Aos risos, eu confessei: "Não. Estou tentando explicar pra mim!"
Afinal, eu precisava encontrar uma explicação para aquela sala cheia, para as críticas espetaculares, para a indicação ao Oscar de "Melhor Roteiro Original"; eu precisava descobrir a razão de não ter levantado dali.

Pollyana dá de mil.