sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Adélia Prado

Quando o homem que ia casar comigo
chegou a primeira vez na minha casa,
eu estava saindo do banheiro, devastada
de angelismo e carência. Mesmo assim,
ele me olhou com os olhos admirados
e segurou a minha mão mais que
um tempo normal a pessoas
acabando de se conhecer.
Nunca mencionou o fato.
Até hoje me ama com amor
de vagarezas, súbitos chegares.
Quando eu sei que ele vem,
eu fecho a porta para a grata surpresa.
Vou abri-la como fazem as noivas
e as amantes. Seu nome é:
Salvador do meu corpo.

Adélia Prado

(li ali e guardei aqui)

5 comentários:

João Moreira disse...

Olá querida
Texto lindíssimo e uma bela homenagem ao verdadeiro sentimento, o amor, parabéns
Fica bem
Beijos perfumados

Anônimo disse...

Ali acima tem Patativa. Aqui A Adélia fala de amor. Este é o blog da Suzi, e por isso é que eu estava com saudade daqui.

Bj.
INté!

Suzi disse...

Homenagem ao amor e à delícia da sensibilidade de Adélia Prado, Gazeta!
Beijos e boa tarde!
:)

Suzi disse...

Quanto carinho, Vidal!
Também tenho saudades de lá, mas ando numa correria tão grande, que até aqui minha presença tem sido menos frequente! (ai, que saudade do trema também!! rs*)

Natália disse...

Ai, que amooor! Coisinha mais fofa é esse amor assim: simples.

Beijo