sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Vinte e poucos, trinta e tals

Sem respirar:
"Vamos deixar as coisas acontecerem..." Isso é bom e fácil de ouvir quando você tem vinte e poucos anos. Mas você consegue ter a exata noção de como o tempo já passou, quando uma frase como essa dói, nos seus ouvidos. Aos trinta e tals você já não se conforma em deixar rolar pra ver onde vai dar. Você quer compromisso, você quer atitude. Você deseja. Sem expectativas. Mas deseja. O príncipe no cavalo branco já pode vir a pé e vestido de sapo, mas é preciso existir encanto, é preciso "chegar junto" trazendo na bagagem um certo "know-how". Porque aos trinta e tals você não é mais a jovem de vinte e poucos que não exigia compromisso porque também não queria se comprometer, afinal, era cedo demais. Aos trinta e tals, longe de ser tarde demais para qualquer coisa, e exatamente por ter essa noção, você precisa de compromisso, envolvimento. Aos trinta e tals você nem sequer é do tempo do "ficar"; isso começou quando você já não era mais adolescente, e entrar na moda, agora, é, no mínimo, constrangedor. Aos trinta e tals você não canta mais "nem por você nem por ninguém eu me desfaço dos meus planos"... você já não tem vinte e poucos anos... A mulher de trinta já se sabe campeã. Já se reconhece vencedora. Saiu pro mercado de trabalho e conquistou seu espaço. É bem-sucedida profissionalmente. Ela se sustenta. Tem duas faculdades, pós-graduação, ou Mestrado, MBA... Tem sua casa, seu carro, faz suas próprias aplicações financeiras, viaja pelo Brasil e pro exterior, não depende financeiramente de ninguém e até ajuda quem precisa de apoio, desde que não se perceba explorada. A mulher de trinta não precisa de arrimo, ela se vira sozinha; mas quer proteção, precisa ser mimada; porque basta a competição no mercado de trabalho, a dureza dos prazos que tem para cumprir, a postura de forte e inabalável que precisa assumir no dia-a-dia da empresa, a polivalência de combinar a dona-de-casa com a executiva, entre papéis A4 e listinhas de supermercado. A mulher de trinta não precisa de bajulação do mundo nem de ninguém. Percebe fácil um aproveitador - no mundo dos negócios e no seu universo particular. E então ela é um sucesso em tudo o que faz. E poderia viver bem assim. Realizada. Mas quer mais. Aos trinta e tals ela não se contenta em ter. Ela quer ser. Quer ser o norte de alguém. Quer saber que o é, e ouvir do próprio alguém. Ela quer atenção. Quando está triste, quer a mão nos seus cabelos e ouvir que tudo vai passar. Quer ser fundamental para alguém. Quer ser feliz no amor. Para sempre. Enquanto dure. E que dure muito, muito, muito tempo. Tanto quanto eternamente. E ela tem urgência, no amor. Para que ele comece a ser eterno o quanto antes. Ela quer compromisso. E tudo o que ela não quer é meramente "deixar acontecer".

16 comentários:

JEANS E CAMISETA disse...

Suzi querida, você conseguiu, literalmente, entrar na minha cabeça e no meu coração e escrever exatamente o que se passa aqui dentro.Incrível! Você me permite postar, com os devidos créditos, claro,todas essa letrinhas no meu blog?
Fiquei mais fã. rsrsrsr
Bjim

Nessita! disse...

suzi, isso é muito verdadeiro. já estou nos quase 30 e tenho esse mesmo sentimento. é bem assim mesmo. acho que queremos um companheiro, alguém que te apoie e que possamos apoiar tb. alguém que diga com todas as letras o quanto somos importantes.
bjus no coração!
bom feriado!

Suzi disse...

Cris, minha querida, você tem e terá sempre todas as licenças do mundo, para qualquer momento, e de todas as letrinhas.

Um beijo, querida!
;o)

Suzi disse...

Pois é, Nessita. Simples assim, né? rs*

Bj!
E bom feriado!

JEANS E CAMISETA disse...

Obaaaaaaaaa! Obrigada Suzi.

Luis disse...

Noutros tempos, já estava eu a viver no Rio à procura dessa com "trinta e tals".

Só faltou referir que aos "trinta e tals" o bom humor também faz parte dessa vida trintona e que nos faz um ser maravilhoso. Né?

Suzi disse...

Verdade, Lad.
Aos trinta e tals, com praticamente tudo resolvido na vida, o bom humor já faz parte do dia-a-dia. Aprendemos a encarar da melhor forma e com senso de humor tudo o que nos acontece. Exceção, talvez, para o "vamos deixar acontecer..."
hehehehehehe!!!

Mônica disse...

caraca...isso tem remetente certo???

Alba Regina disse...

hug hug hug smack smack smack ;)

rps disse...

Pois é: as de "trintas" são mais exigentes.
As de "vintes" estão abertas a tudo e as de "quarentas" já estão por tudo.

Suzi disse...

mumumu, remetentes? todas nós, mulheres de 30.
o destinatário, cada uma que mande pro seu.
hehehehehehe!!!

Suzi disse...

É, Bibinha, é...

Suzi disse...

Não necessariamente, Rps. Não necessariamente.

Amigao disse...

to surpreso com este texto, pois sempre ouvi dizer que não existe "mulher de 30" e sim mulheres de 29 anos que nunca chegam aos 30.

rsrsrs

Anônimo disse...

Tá reclamando e se lamentando porque quer!!! Você é a mulher que qualquer HOMEM de trinta e tal gostaria de ter ao lado...risos....

Suzi disse...

kkkkkkkkkkkkk
Amigão, na verdade as mulheres sempre têm "vinte e uns", e os "uns" não são contados exatamente, sacou?
Foi um deslize meu...
rs*