sábado, 20 de janeiro de 2007

Escárnio

Entendeu por que eu SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE, desconfio da autoria dos textos que circulam na internet??

Como alguém pode publicar num blog, deixar exposto, fazer circular um texto reles como este, que peca pela obviedade, piegas, o que de mais elementar - ou podre, como queira - a título de "auto-ajuda" se poderia imaginar para mulheres com problemas de auto-estima, e ainda por cima atribuí-lo a MACHADO DE ASSIS?????

Queridos, "não é preciso viajar o mundo inteiro para saber que o céu é azul em toda parte". Eu não li a obra inteira do velho Machado. Mas é abusar da minha ignorância querer que eu acredite nisso... Porque não é crível, simplesmente. Um escárnio, na verdade.

Um texto pobre e de nenhum valor literário, atribuído ao grande Machado de Assis, e repassado com esse tipo de (des)crédito, é um desrespeito. Ora, Machado de Assis nasceu em 1839, morreu em 1908. Século XIX até comecinho do séc. XX. Não era simplista; muito menos óbvio. Era carioca, era um escritor. Tido como o maior escritor do Brasil, "um mestre da língua". A Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de "Casa de Machado de Assis", dada a sua importância. Agora, um homem que escreveu, por exemplo, "A desejada das gentes"...

  • ...
    — Todos os homens devem ter uma lira no coração, — ou não sejam homens. Que a lira ressoe a toda hora, nem por qualquer motivo, não o digo eu; mas de longe em longe, e por algumas reminiscências particulares... Sabe por que é que lhe pareço poeta, apesar das Ordenações do Reino e dos cabelos grisalhos? É porque vamos por esta Glória adiante, costeando aqui a Secretaria de Estrangeiros... Lá está o outeiro célebre... Adiante há uma casa...
    — Vamos andando.
    — Vamos... Divina Quintília! Todas essas caras que por aí passam são outras, mas falam-me daquele tempo, como se fossem as mesmas de outrora; é a lira que ressoa, e a imaginação faz o resto. Divina Quintília!
    ...

... esse mesmo homem poderia ter escrito isto???:

  • As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos. Mulheres são como maçãs em árvores. As melhores estão no topo da árvore. Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de se conseguir. Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, eles estão errados... Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar, aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore.

Bem, não preciso dizer mais nada.

16 comentários:

Anônimo disse...

sórindo:kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

ou chorando pela burrice alheia....

Taia disse...

Parei!
Que é isso????????
Beijos

Anônimo disse...

Isso mesmo, Suzi, coloca os devidos pontos nos i's. Não sendo eu um especialista em Machado de Assis, também me quer parecer que o segundo texto, bem básico por sinal, tem uma paternidade bem mais obscura. Mas, pergunto-me: qual o gozo de postar textos, pensamentos, seja lá o que lhe querem chamar, para depois não os assumir? Será porque, à partida, já não estão muito confiantes do valor da peça? Bom resto de fim-de-semana.
P.S. Amanhã não esqueço os brasileiros do Dakar, prometo.

Héber Sales disse...

não parece Machado de jeito nenhum.
mas por que alguém se daria ao trabalho de escrever um texto e atribuí-lo a Machado de Assis?
estranho...
bjs

Suzi disse...

Você gosta, né, Moniquete?
;o)

Suzi disse...

É, Tataia... É uma coisa!
Beijinhos!

Suzi disse...

Miguel e Heber
talvez alguém mais por dentro da psicanálise explique melhor esse "fenômeno"... rs*

Mas vocês se lembram daquele poema "Quase"? atribuído a L.F.Veríssimo???

Pois é. Esse é um exemplo de como, muitas vezes, o autor que não é conhecido de todos faz o texto e não tem nenhuma culpa da sua repercussão com o crédito atribuído a alguém já conhecido.

Mas muitas, muitas vezes, é o próprio autor quem credita a algum escritor de renome, para dar "mais valor" a sua obra...

Se quiserem entender direitinho a história do belíssimo poema "QUASE", que foi publicado na França e creditado ao Veríssimo, e conhecer a verdadeira autora, Sarah Westphal Batista da Silva, e, além disso, o que o próprio Veríssimo falou sobre tudo, visitem:

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=323AZL004

E assim vai acontecendo...
Mas Machado de Assis falando daquele jeito de mulheres e maçãs... Tssss...

Suzi disse...

E você, Heber, seja bem-vindo!
É assim mesmo que funciona, por aqui: vai chegando, entrando, sentando, papeando...

Costumo dizer que as portas e janelas vivem abertas, aqui, o dia inteiro, noite afora, madrugada adentro...

Um beijo, e volte sempre que quiser.
;o)

Anônimo disse...

Acredito que o[a] autor[a] gostaria de ver sua obra reconhecida né? então porque escreve e assina como Machado de Assis? O que ele[a]ganha com isso? Não entendo, mas...
Lindo dia,bunita
beijosssssssss
*como está sua voz? cantou uito ontem? tomara tenha sido dez!

Alba Regina disse...

tem q ter muita falta de vergonha na cara né não? processa!!!! ;) beijo.

Suzi disse...

Marcinha, pode ser insegurança ou esperteza... Só sei que eu desconfio de tudo! rs*

Cantei só a música das alianças; a menos aguda. A que era para a entrada da noiva, precisei chamar uma "substituta". Mas teve madrinha e noivinha, chorando... e me garantiram que NÃO ERA de desgosto.
hohohohoho!!!

Já estou bem, querida. 100%!!!
;o)

Suzi disse...

É, Bibinha... certos casos são de total ausência de vergonha na careta!
:o\

Custódia C. disse...

Como vocês dizem aí, tem pessoal que não se enxerga mesmo :(

Miss K. disse...

Ridículo... Isso me faz lembrar uma "carta de despedida" idiota que há uns anos circulava por aí, e que diziam ser de Garcia Márquez. Há gente que não tem mesmo o que fazer...

Suzi disse...

Pois é, Ccc.
A gente lê/vê cada uma...

Suzi disse...

Taí, Miss K, eu recebi essa "carta de G.G.Márquez".
Lamentável...
:o\