Coisa de mulherzinha, mesmo...
Dez horas da noite, vou à portaria falar com minha irmã. Esqueço o elevador e desço correndo pelas escadas. Último degrau, dou de cara com uma barata, no hall de entrada, e com o filho do vizinho, uma criança de uns dez anos.
Reação imediata da mulher:
paralisação total dos membros inferiores e superiores, deixando em movimento apenas a boca, que sussurra, escondida, com medo de a barata ouvir:
- "Danieeeeel... Mata, por favor..."
Entre risos (dele) e um quase-choro (meu), o garoto chuta a bicha quase na rua e me diz:
- Pronto!
Eu, ainda inerte, balbucio:
- Mas ela morreu? E foi parar na rua?
Rindo, ele diz:
- Quase. Ainda não. Mas peraí.
E a manda embora de uma vez numa pontaria e tanto.
Orgulhoso pelo feito, e muito gentil, ele mantém a porta aberta para que eu, enfim, consiga passar.
Eu agradeço como diante de um super-herói, e penso:
- É de pequeno que se faz um homem!
3 comentários:
Tomara que esse moleque cresça gentil assim!!
Beijos!!
Gentil e corajoso, né?
Afinal, matar baratas, abrir a porta, sorrir...
Tem que ser muito doce e muito macho.
Tomara.
Bom menino!
:)
Medo mesmo de barata eu não tenho, mas nojo...
Eca! São muito nojentinhas essas moças.
E muito fofo esse pequeno vizinho.
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