Era como se tudo fosse o começo outra vez.
Ela, de longe, o avistava, e cadenciava os passos, cabelos soltos, ao vento, arrumava a saia com o charme de quem finge não perceber ser notada.
Ele, do outro lado, reparando nela, respirou fundo e caminhou na mesma direção sem perdê-la de vista.
Sinais de trânsito, faixas de pedestre... carros em velocidade, vendedores ambulantes.
Tudo retarda o encontro, como se fossem anos a distanciá-los de novo, como se fosse, a distância, capaz de tornar tardio tudo o que é urgente como o amor.
Entre automóveis, gotas de chuva, gentes, avenidas,
ele, o cravo, ela, a rosa,
ele, já não tão ferido,
ela, já não tão despedaçada,
visitam-se ali, debaixo de uma sacada.
E os corpos sorriem no abraço,
os lábios entregam-se, desmaiados.
Inocentes, deram-se as mãos,
e acreditando no amor puseram-se a chorar.
Era como se fosse o começo.
E era o reencontro.
7 comentários:
Este texto fica lindo,ouvindo ao fundo "Ao som dos bandolins" do Oswaldo Montenegro.
Né não?
hummmm
ai...ui...
hummm, hummm, mesmo!!
A D O R E I !
Que lindo Suzi! :)
Consegui visualizar a cena...
Beijos *.*
tá um silencio aqui, né suzi?
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