A tristeza, às vezes, se confunde com aquela tal "melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai..."
Então, como ontem à noite eu estava triste, triste, da vida, fiquei quieta no meu canto. Melancólica. Saudades não sei de quê. Ou de quem. Ouvi Vinicius de Moraes, vi umas cenas da novela das oito (li, outro dia, que só diz "novela das nove" quem tem medo de assumir a idade que tem. ahahahaha!!!). Pois eu vi umas cenas da novela das oito e aí percebi que o Manoel Carlos tem u-ma-fa-ci-li-da-de de arrancar lágrimas dos meus olhos, que eu vou te contar!
Como diz minha cunhada (sobre si mesma, mas eu copio), eu choro até em comercial de margarina! E então, já triste, fiquei chorando, enquanto vi aquela menina lindinha que tá grávida de gêmeos contar isso pro pai, pedindo arrego.
Daí, como eu não tava a fim de chorar (mais), levantei e fui ler na cama (que é lugar quente). Era um livro de poemas de Cora Coralina. E lá estava, na página 18:
"...Eu sou o caule
dessas trepadeiras sem classe,
nascidas na frincha das pedras:
Bravias.
Renitentes.
Indomáveis.
Cortadas.
Maltratadas.
Pisadas.
E renascendo."
10 comentários:
No ar frio da noite calma
Bóia à vontade a minh'alma,
Quase sem querer viver
Sente os momentos correr,
Como uma folha no rio,
Sente contra si o frio
Das horas fluidas levando
Seu inerte corpo brando.
Mais do que isto? Para quê?
Tudo quanto o olhar vê
A mão toca, o ouvido escuta,
A consciência perscruta,
É inútil que se escutasse,
Que se visse ou se pensasse.
Entre as margens com arbustos
Luze, na noite dos sustos,
Só o luar repousado,
Ao correr vago e amparado
Do rio deixado em livre
A alma passa, a alma vive.
Ninguém. Só eu e o segredo
Do luar e do arvoredo
Que das margens causa medo.
Nada. Só a hora inútil
Só o sacrifício fútil
De desejar sem querer
E sem razão esquecer.
Prolixa memória, toda.
Rio indo como uma roda,
Noite como um lago mudo,
E a incerteza de tudo.
Recosto-me, e a hora dorme.
Corre-me o que a noite enorme
Atribui à minha mágoa,
Como um ser múrmuro de água.
Ninguém; a noite e o luar.
Nada; nem saber pensar.
Raie o dia, ou morra eu
Volte no oriente do céu
O sol ou não volte mais,
Só sempre os tédios iguais
E as horas, calem o medo,
Como o rio entre o arvoredo,
De nocturna consistência,
Com fluida, vaga insistência.
O mal é haver consciência.
Fica bem !
Beijos...
Ai, lad... que coisa mais linda!!
E, por fim... "o mal é ter consciência". De quem é o poema?
Ficarei bem. Aliás, depois de tantos carinhos, e com a firme esperança de que o que verdadeiramente une as pessoas é o que, de fato, permanece, já posso dizer que estou melhor.
Um beijo!
E tenha um bom dia (aí, quase noite, já, não? mesmo sendo verão?)
Olá Suzi
Aqui são 19h45m... Ainda tá sol...
O poema é de Fernando Pessoa (esqueci de colocar). Bem melancólico de um poeta fabuloso...
Beijos...
eu quase arrisquei dizer que era dele...
"tudo vale a pena se a alma não é pequena", não é mesmo?
Beijos, querido.
Boa noite"
e melhoras para esses olhos, viu?
querida, eu sou q nem sua cunhada ( choro a toa ) e faço uso da frase " choro até em comercial de margarina qualy" ando me acabando com essa novela...porque é tão absurdamente vida real...me vejo e vejo tantos outros q conheço naqueles capítulos...e isso faz de Manoel Carlos o meu autor de novelas preferido ( ainda mais porque temos o Rio sempre como fundo...e o leblon q eu amo)
somos três, então, moniquete.
e eu choro meeeeesmo.
não gosto de ficar vendo novelas, mas às vezes é inevitável (rs*).
e do maneco, então, é sempre bem legal.
fotografias lindas, do Rio de Janeiro, né?
(mas a regina duarte é uma chata... hehehehe)
Nem me fale em tristeza Suzinha...nem me fale...
um bj grande!!!!
Tô de volta, valeu pelo incentivo...tá feia demais a coisa...mas vou dar mais atenção para o Cabaré...
bjs
Andas triste também, Bebeto??
Não!!! Basta que fique um, de cada vez. Para que os outros possam cuidar de alegrar o triste. Como vocês têm feito comigo.
Aos poucos, melhoro. Já cuidaremos de te fazer sorrir.
;o)
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