Ouvi esta crônica sexta-feira, na Bandnews, mas já peguei pela metade. Não sei quem era o colunista que estava lendo, também não sei se ele deu a autoria. Revirei a internet em busca da fonte, mas não confiei no que achei. Não havia nome do livro nem o número da página... nada consistente. Então, segue o texto, que permanece de autoria desconhecida para mim, mas que é um pouco a narrativa do que acontecia na nossa casa, quando éramos crianças. E que talvez hoje se repita, porque, afinal, muitos de nós já são mães ou pais... Pra quem já não vive essa realidade, e carrega no peito apenas a saudade disso tudo... um beijo carinhoso. Alegre-se com a lembrança.
Taí o texto. Curtam. E dediquem, hoje, a quem de direito.
A Mãe e o Pai estavam assistindo televisão, quando a Mãe disse:
- Estou cansada e já é tarde, vou me deitar!
Foi à cozinha fazer os sanduíches para o lanche do dia seguinte na escola, passou água nas taças das pipocas, tirou a carne do freezer para o jantar do dia seguinte, confirmou se as caixas dos cereais estavam vazias, encheu o açucareiro, pôs tigelas e talheres na mesa e preparou a cafeteira do café para estar pronta para ligar no dia seguinte.
Pôs ainda umas roupas na máquina de lavar, passou uma camisa a ferro, pregou um botão que estava caindo. Guardou umas peças de jogo que ficaram em cima da mesa, e pôs o telefone no lugar. Regou as plantas, despejou o lixo, e pendurou uma toalha para secar. Bocejou, espreguiçou-se, e foi para o quarto.
Parou ainda no escritório e escreveu uma nota para a Professora do filho, pôs num envelope junto com o dinheiro para pagamento de uma visita de estudo, e apanhou um caderno que estava caído debaixo da cadeira. Assinou um cartão de aniversário para uma amiga, selou o envelope e fez uma pequena lista para o supermercado. Colocou ambos perto da carteira.
Nessa altura, o Pai disse lá da sala: “Pensei que você tinha ido se deitar”.
“Estou a caminho” respondeu ela.
Pôs água na tigela do cão e chamou o gato para dentro de casa. Certificou-se de que as portas estavam fechadas. Espreitou para o quarto de cada um dos filhos, apagou a luz do corredor, pendurou uma camisa, atirou umas meias para o cesto de roupa suja e conversou um bocadinho com o mais velho que ainda estava estudando no quarto. Já no quarto, acertou o despertador, preparou a roupa para o dia seguinte e arrumou os sapatos. Depois lavou o rosto, passou creme, escovou os dentes e acertou uma unha quebrada.
A essa altura, o pai desligou a televisão e disse: “Vou me deitar”. E foi.
Sem mais nada.